sábado, 14 de março de 2015

Sinal amarelo



Salve amigos do Buteco,

O sinal amarelo acendeu! Mesmo o Flamengo tendo vencido as últimas três partidas em que disputou (Nacional, Friburguense e Volta Redonda), é nítido que o futebol praticado dentro das quatro linhas não é bom.

Se contarmos as rodadas do Carioca, a estréia na Copa do Brasil, os amistosos disputados contra o Shakhtar Donetsk e Nacional, além do torneio Super Series, são 14 jogos na temporada, com 10 vitórias, 3 empates e 1 derrota – um aproveitamento de 78,5%.

Apesar dos números serem positivos, a grande maioria dos adversários que enfrentamos possui um futebol bem inferior aos verdadeiros desafios que teremos ao longo da temporada no Campeonato Brasileiro e nas fases decisivas da Copa do Brasil. Não podemos nos enganar!

Vejo muitos amigos comentando: “se chegarem mais 3 ou 4 reforços, o Flamengo entrará para vencer qualquer competição”.  

Particularmente, prefiro não contar com estes reforços e tento buscar alternativas com o grupo atual de jogadores que temos. Até por que, quem seriam esses reforços? Será que corresponderão dentro de campo? Sentirão o peso da camisa?

Futebol está longe de ser uma ciência exata e um dos exemplos mais recentes é o tricolor paulista. Terminou a temporada passada como vice campeão brasileiro, contratou bons nomes para o elenco e vem tendo um início de temporada bem irregular com direito a duas derrotas para o maior rival, vaias da torcida e todos os ingredientes de uma boa crise.

Pensando nos jogadores que atualmente vestem rubro-negro, entendo que o principal diferencial do grupo está em quatro nomes: Marcelo Cirino, Paulinho, Everton e Gabriel. Todos são jogadores jovens, habilidosos, velozes e que se movimentam constantemente dentro de campo.

Em termos de potencial, vejo o Marcelo Cirino como o nome mais forte, o Everton e o Paulinho bem parelhos e em um degrau mais abaixo, o Gabriel. Nenhum deles pode ser considerado craque, mas são bons nomes e coadjuvantes que renderiam em qualquer equipe brasileira.

Não necessariamente o Flamengo precisa colocar os quatro em campo, mas a presença de todos faz com que o clube possa ter opções dentro do elenco e contribui para não sentirmos tanto as oscilações comuns que ocorrem devido a idade dos jogadores. Quer um exemplo? Nesta última quarta o Cirino fez uma partida bem abaixo da média e a entrada do Paulinho supriu muito bem esta perda.

Uma das maiores dificuldades que o Luxemburgo vem enfrentando neste início de ano são as contusões. Somente nesse início de temporada já tivemos o Pico, Samir e Nixon com lesões graves, além dos afastamentos momentâneos do Eduardo, Gabriel, Arthur Maia, Caceres e Leo Moura.

Todos estes nomes já foram considerados em algum momento titulares e isso dificulta para o técnico criar um padrão de jogo. Por outro lado, as contusões dão oportunidade dele avaliar jogadores como Mugni, Jonas, Thalysson e Bressan, nomes que ainda não são de total confiança do treinador e merecem ser melhor observados.

Claro que as contusões não podem servir de desculpas para o futebol apresentado até o momento e vejo dois problemas fundamentais no time: a compactação dentro de campo e os cruzamentos sem objetivo.

Mesmo o Luxemburgo buscando montar uma equipe moderna, percebe-se ainda um espaçamento grande entre as zonas do campo e uma zaga muito recuada. Novamente tomamos um gol oriundo de um chute próximo a grande área e isso precisa ser corrigido. Gostaria de ver o Jonas participando mais dos jogos e o Marcio Araujo sendo substituído para ontem.

Quanto aos cruzamentos, como o time aposta em jogadores velozes que fazem muito bem os corredores do campo, é normal vermos um dos laterais ou um dos “pontas” na linha de fundo cruzando para área. Só que, não adianta nada o Flamengo cruzar 20 bolas durante o jogo, se os atacantes de área forem Mugni, Gabriel, Marcelo...

Ou o Flamengo assume de vez esta jogada e passa a escalar o Alecsandro como titular ou precisa mudar o estilo de jogo. Sinto falta de cruzamentos rasteiros e jogadores aparecendo na entrada da grande área prontos para chutar. Por incrível que pareça, um dos jogadores que sabe melhor desempenhar esse papel é o Luis Antonio, vide o passe realizado para o gol do Alec na última quarta.

Por último, para não dizer que sou muito chato, o Luxa precisa urgente definir o posicionamento do Eduardo da Silva. É nítido de que o croata não está confortável este ano e não o vejo jogando como “camisa 10” e muito menos como um dos pontas. As principais qualidades dele são posicionamento, finalização e cabeceio, fundamentos suficientes para utilizá-lo como centroavante e deixa-lo sempre próximo a pequena área.

Ainda há tempo para que seja corrigido estes pontos e o futebol evolua dentro de campo, hoje as 16 horas teremos mais uma oportunidade para demonstrarem esta evolução. A vitória hoje é obrigação e aguardo com ansiedade o confronto contra o bacalhau.


SRN e bom final de semana a todos!