quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015
Semestre amigo
O tempo é farto para os clubes brasileiros nos primeiros meses do ano, proporcionando-lhes uma pré-temporada seguida por competições que se tornaram extensões daquele período de treinamentos, vindo se ajeitando como podem no calendário, casos dos Campeonatos Estaduais e do início dos jogos chinfrins da Copa do Brasil, exceto, confirmando a regra, para algumas equipes que tenham a primazia de disputar a Libertadores;
Os ventos sopram a favor de uma excelente preparação dos times desde que disponham de talentosos jogadores e competência dos treinadores, a fim de que o objetivo de estar na "ponta dos cascos" seja atingido até o fim do generoso semestre;
Muito se repete na mídia esportiva que "o técnico precisa de tempo para desenvolver um bom trabalho e colher os respectivos resultados", como se tal premissa tivesse origem nos livros de lógica matemática. Devagar com o andor porque o santo é de barro, diria a sabedoria popular. Considerando que a maioria dos treinadores brasileiros são incompetentes em suas funções e não oferecem retorno compatível com o glamour que os cercam, as consequências de mantê-los no comando dos times que dirigem, por dois ou três anos, seriam catastróficas, levando o clube a bater ponto na Terceira Divisão do nosso futebol. O princípio pode e deve ser aplicado com os treinadores de saber notório e comprovado e, mesmo assim, nenhum fator garante o sucesso da empreitada antes de sua realização;
Sendo coerente com a atual finalidade do Campeonato Carioca, gostei da decisão anunciada por Vanderlei Luxemburgo na direção de realizar testes na partida de hoje com a Cabofriense, no Maracanã, talvez com Marcelo Cirino pela ponta esquerda, Eduardo Silva pela direita e com Alecssandro no comando do ataque ou com o Cirino na direita, Everton na esquerda e Eduardo no meio, todos movimentando-se com rapidez para confundir e chegar ao gol do adversário. Mas para tanto, o meia Arthur Maia precisa se descolar da marcação se a mesma ocorrer como na partida com o Resende. Do contrário, sem armação de jogadas pelo meio do campo, restará aos atacantes correr atrás da bola chutada a esmo pela defesa e volantes que não sabem dar um passe de 30 metros;
O tempo também é camarada com as autoridades responsáveis pela segurança dos eventos esportivos, notadamente o futebol, oferecendo-lhes esse bem precioso e não aproveitado no sentido de dizer um NÃO rotundo aos bandidos que infestam, como ratos de lixão, os interiores e exteriores de nossas praças de esportes, pois, em apenas uma semana situações violentas se repetiram Brasil afora, trazendo-nos a novidade da interrupção da operação do metrô da cidade do Recife em dias de jogos;
Vamos copiar os europeus, bradam alguns. E tenta-se promover uma partida de futebol com torcida única, correndo-se o risco do vexame em nível nacional, pois os vândalos também curtem brigar entre si nas arquibancadas das chamadas arenas, passando-se de graça o diploma da incompetência para quem tem o poder de controlar e manter a paz de todos;
A alternativa de punir o clube com a perda de mando de campo também já mostrou-se inócua e injusta. Os conflitos seguiram em suas rotinas e o torcedor normal é que foi o verdadeiro punido ao deixar de ver os jogos do seu clube em seus domínios, ou seja, os bandidos praticam o crime e o Sr Pacífico paga grande parte da conta;
Vejo na simplicidade a solução para resolver esses problemas: abrir o Código Penal e enquadrar os criminosos nos artigos pertinentes a cada situação, levando-se em conta a reincidência tão bem explicitada naquele instrumento pelo legislador. Por que temos muita dificuldade para executar um ato tão corriqueiro em sociedades civilizadas? É a pergunta que não cala.
SRN!