sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Pequeno balanço de fim de ano – parte 1: futebol

Pensei em encerrar o ano com uma reflexão sobre esse segundo ano da gestão EBM, dentro e fora de campo, encerrando com algumas sugestões para 2015, que sempre faço questão de lembrar, é ano eleitoral na Gávea.

Dentro de campo o ano foi ruim. Chegou a dar a impressão de que seria péssimo, mas ficou só ruim mesmo. Aliás ele começou ruim com o melancólico final da temporada 2013 e a virada de mesa no Campeonato Brasileiro. Passou-se um ano inteiro e o clube vai deixando o caso André Santos de lado, sem comentar o assunto até que ninguém mais se lembre nem cobre alguma punição aos (ir)responsáveis.

Num segundo momento, houve uma expectativa positiva com o início da Libertadores e os times reservas dando conta do recado razoavelmente no estadual. A própria montagem do elenco recebeu diversos elogios no começo da temporada e a coisa parecia que ia andar bem ao longo do ano. Até aquele primeiro clássico do ano, 3 dias antes de um jogo no México, após uma viagem de 15 horas. Ficou evidente para quem quisesse ver que o Flamengo não havia entendido nem aplicado os conceitos de planejamento e prioridade no departamento de futebol. Ou que no mínimo essas tarefas foram delegadas às pessoas erradas.

A sequência do semestre foi ladeira abaixo total, com um time que se apresentava pior a cada partida, e quanto mais treinava, mais bagunçado ficava em campo. Acredito que o momento mais triste foi quando enfrentamos um time boliviano que havia trocado de treinador 2 dias antes e este nos deu uma aula de tática e organização em campo em pleno Maracanã. A mudança era questão de tempo, mas mesmo assim, ela não aconteceu no momento certo, talvez por conta da conquista do estadual.

O caso é que entramos no campeonato brasileiro sem as reformulações no elenco e no departamento que já se mostravam urgentes e o time continuou indo de mal a pior até chegar ao fundo do poço, a lanterna do campeonato. Felizmente ainda era o primeiro turno e havia, mais uma vez, tempo para mudar. Chegaram dois bons nomes que qualificaram o meio e o ataque, Canteros e Eduardo, e o time começou a se acertar e sair do buraco.

A meu ver, porém, a mudança chave não foi simplesmente a troca de treinador, mas o surgimento de uma voz de comando que os jogadores acataram. Já li e ouvi relatos de que o grande mérito do Pelaipe era a imposição de disciplina que ele levou ao Ninho do Urubu e desde sua saída, ficou bem clara a falta de comprometimento de algumas peças do elenco.

O retorno do comando ficou marcado pelo afastamento de alguns jogadores, notoriamente problemáticos, e a cara do time mudou em campo. Se com Jayme e Ney, todos corriam desordenadamente e havia mais buracos na defesa que em um queijo suíço, agora a coisa estava diferente. Logo no primeiro jogo, ficou evidente que a postura havia mudado e que o Flamengo não cederia mais gols por displicência na marcação. Foi essa “nova” postura de seriedade e dedicação que tirou o Mais Querido da lanterna e logo depois da “zona da confusão” como nosso treinador fez questão de chamar.

O alento parecia que ia vir, como sempre, do mata-mata. A Copa do Brasil parecia se oferecer novamente para o Flamengo como o grande catalizador das emoções que ficaram o ano todo presas na garganta da Nação. Mas claro que para encerrar a temporada de maneira condizente com o que foi o ano, tivemos ainda o vexame em Belo Horizonte. Vexame que os jogadores, já relaxados com a classificação do time no meio da tabela do campeonato brasileiro, fizeram questão de repetir dias depois.

No fim das contas, o saldo acabou ficando no zero na minha opinião, concluindo a temporada de forma insossa e com uma sensação de desânimo geral na torcida. Um ano futebolístico para ser esquecido mesmo.


abraços a todos e SRN!