sexta-feira, 21 de novembro de 2014

motivação

O texto desta coluna foi escrito, apagado e reescrito diversas vezes. Mais ou menos como a esperança da torcida rubro-negra ao longo desta triste temporada que vai chegando ao seu final. A sequência de atuações desinteressadas e covardes do time, indignas do nome e da camisa do Flamengo não têm dado muito espaço para análises ponderadas nem do elenco, nem do técnico, nem de nada. A verdade é que o Flamengo encheu a paciência de seus torcedores neste 2014.

Acho natural deixar abertas as discussões sobre a barca que sairá da gávea assim como quais as opções disponíveis para reforçar, renovar ou reconstruir esse time. Aparentemente, não vamos trocar de técnico. Ainda que tenha restrições à figura de Luxemburgo, um novo treinador seria o sétimo em pouco mais de 2 anos, sinal claro de que algo está errado pelos lados no Ninho do Urubu.

E o elenco, mandamos embora todo mundo? Mas nem a seleção, após a maior vergonha de todos os tempos, recomeçou do zero, mantendo até o jogadorzinho que deu faniquito e virou de costas para uma disputa de pênaltis mesmo sendo o capitão. Às vezes fica a impressão de que o futebol brasileiro perdeu a vergonha na cara. Aliás, isso fica evidente vendo qualquer dos quatro times do Rio de Janeiro jogando. Por outro lado, os times mineiros mostram que nem tudo está perdido em termos de dedicação, postura e até uma certa organização administrativa. Taticamente então nem se fala, nadam de braçada no meio da mediocridade do nosso futebol.

No caso do Flamengo especificamente, o problema do elenco vai desde a qualidade das peças até a capacidade de escolha e contratação dos administradores rubro-negros. Ao longo de quase dois anos, foram dadas mostras inequívocas de pouco conhecimento do mundo do futebol e de incerteza dos caminhos a serem percorridos. É natural, quando não se conhece o caminho, não apenas ficar perdido, mas voltar atrás em escolhas feitas sem grande convicção.

Um problema crônico me parece ser de postura e comando, que se reflete visivelmente no desinteresse dos jogadores dentro de campo. Posso estar enganado pelo desgosto de ver o Flamengo jogando nos últimos tempos, mas tenho a impressão de que durante a gestão do antigo diretor, o time ao menos entrava nos jogos ligado. Em alguns jogos, especialmente nos primeiros dessa sua passagem atual, Luxemburgo pareceu conseguiu incutir nos jogadores um alto nível de cobrança que, se não fez com que jogassem bem, pelo menos demonstravam dedicação e empenho para alcançar as vitórias de que o time precisava.

Mas afinal, o que fazer para motivar durante toda a temporada cerca de 30 adultos, jovens, cheios de dinheiro no bolso, famosos, e em muitos casos sem grande estrutura emocional para lidar com a pressão a que são submetidos em se dia a dia? Essa é a principal pergunta que ronda os pensamentos durante os jogos do Mais Querido. Incentivos financeiros, broncas mil, ameaças de torcidas organizadas são alguns dos recursos usados por diferentes clubes, nenhum deles condizente com o profissionalismo que se espera nos dias de hoje. Me pergunto como fazem Guardiola, Mourinho ou Ancelotti para manter seus super elencos motivados ou o que fazia Sir Alex Fergusson que criou e recriou seguidas gerações vencedoras no Manchester United.

Pensando em todos esses exemplos, deixo para os amigos uma simples pergunta: Será que existe alguma maneira de se recriar uma mentalidade vencedora no futebol do Flamengo?


abraços a todos e SRN!