quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Um sábado perdido


O que tinha se tornado mais fácil o time do Flamengo cuidou para ficar novamente difícil e eis que estamos diante da escolha entre vencer ou vencer no jogo de hoje contra o Figueirense, na bela Florianópolis. A opção que oferece à partida ingredientes para uma noite insone decorre de nada mais nada menos do relaxamento da própria equipe em vários jogos em que esteve com os três pontos nas mãos e os entregou como um peixe frito, na bandeja, para a degustação dos adversários;

Em um Campeonato no qual pelo menos treze clubes dispõem de elencos iguais ou inferiores ao do Flamengo, seguimos patinando sem sair do lugar, ora um ou dois passinhos pra frente, ora um ou dois passinhos pra trás. Aliás, num ritmo compatível com as diretrizes do professor Luxemburgo estabelecidas para girar em torno dos malfadados 50% de aproveitamento;

Embora não seja especialista em psicologia esportiva e em nenhuma outra que não seja a de botequim, com o raciocínio embalado por generosos goles de cerveja gelada, muitos fatores me conduzem à refletida conclusão de que a meta luxemburqueana induz os jogadores, ao ganharem uma partida, introjetarem no inconsciente que o saldo permite perder a seguinte, ficando dentro da meta almejada para uma saída à francesa do treinador nas entrevistas pós-jogos, ou seja, "se ganharmos x pontos dá perder outros tantos, ficando de acordo com o objetivo do chefe. Não podemos é ficar abaixo";

Como torcedor discordo com veemência desse pensamento, pois temos time para vencer e ficar na metade de cima da tabela, mas para que tal aconteça é preciso jogar para ganhar durante os 90 minutos de uma partida, o que não aconteceu contra o Santos, quando Chicão através de uma cobrança de falta nos proporcionou a primeira e única possibilidade de gol, já no segundo tempo do jogo;

Na segunda-feira ainda tive que aturar o Luxa dizer que o "Flamengo não tem vencido porque melhorou o seu padrão de jogo". Ora, pois pois, de nada adianta melhorar em 100%, manter 95% de posse de bola se não chutar em gol e com seus jogadores errando quatro cabeçadas na frente da baliza do Santos, cometendo a proeza de colocar a bola longe do seu goleiro, pela linha de fundo;

Vanderlei apela para a presença da torcida. Quem viveu os conturbados anos 1990 vai lembrar-se do "sos" collorido: "Não me deixem só". A galera não deixa e canta que "Isso aqui é Flamengo", o que significa jogar pra frente, pressionar o adversário com a marcação da saída de bola, atuar com raça e.....chutar em gol algumas vezes, com vontade e precisão;

E que eu não me arrependa de novo, tão cedo, de ter jogado na lixeira uma tarde passada no Maracanã, como a do último sábado. Voltei pra casa com frio e irritado, dentro da noite fedendo a peixe estragado.

SRN!