segunda-feira, 4 de agosto de 2014

A Conta do Chá (de Boldo)

Salve Buteco! Você, que terá que ouvir coisas do tipo "ganhar na Arena Condá não é pra qualquer um" ou "na Aldeia do Índio Condá quem manda é o Chapecó, tem que respeitar", vejam só quem está de volta: a cura de todos os males, o chazinho que dobra qualquer crise: o chá de boldo, da cor da camisa do algoz de ontem. E como no elenco do Flamengo há apenas a conta do chá para ganhar alguma coisa, e esse chá não pode ter gosto melhor do que um chá de boldo (quem já provou sabe o quanto é efetivo e amargo), pouco falarei a respeito da tenebrosa partida de ontem, na aldeia do "perigosíssimo" Índio Condá, esse temível e implacável aborígene que não dá chances aos seus visitantes.

Haja chá de boldo...

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Um gol ridículo tomado aos seis minutos de jogo (ao meu ver Paulo Victor falhou de novo), seguidos de quase 90 (noventa), contando os descontos em ambas as etapas, de um futebol absurdamente improdutivo, e o Flamengo perdeu para a Chapecoense no Oeste de Santa Catarina. Foram sete minutos de forte pressão do time aborígene sobre o lado direito da nossa defesa. Luiz Antonio entrou em campo parecendo o Leo Moura após passar cento e vinte minutos marcando o Robben, se é que vocês me entendem... Apesar disso, o gol saiu em bola parada do lado esquerdo, cruzando toda a defesa pelo alto, quicando no meio da pequena área, do lado direito da defesa do Flamengo, e Paulo Victor, que ao meu ver falhou, permaneceu estático, permitindo um leve toque por parte do jogador autóctone.

Depois disso, o time foi aquele Flamengo psicologicamente entregue, incapaz de reagir, que nos acostumamos a ver neste Campeonato Brasileiro. O adversário, que pouco se preocupou em atacar após o gol, e visivelmente limitado, só precisou se manter atento à marcação. O Flamengo foi inoperante nas laterais e improdutivo no meio. Alguma melhora foi notada na segunda etapa com Éverton na lateral esquerda, mas nada que empolgasse. Tudo se reduziu a duas ou três jogadas, uma delas desperdiçada miseravelmente por Alecsandro, cara a cara com o goleiro adversário.

O adversário que, por sinal, está quatro pontos à frente na tabela, e que não é superior tecnicamente. Por que então venceu sem ser incomodado? Tática? Estratégia? Foco? Empenho? Força psicológica?

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Continuo achando que o Flamengo precisa de alguns reforços para terminar sem sustos esse Campeonato Brasileiro. Se é verdade que em alguns setores o Luxemburgo pode melhorar a escalação, em outros não vejo solução que não contratar. Aos exemplos: Márcio Araújo e Amaral, longe de serem brilhantes, são melhores substitutos para Cáceres do que Muralha e talvez São Judas Tadeu ajude o nosso treinador a enxergar essa obviedade o quanto antes. Contudo, não há santo que resolverá o problema da lateral direita sem a contratação de algum jogador apto fisicamente, o que não é o caso do decadente Leonardo Moura e nem de Leo, o Lázaro. Já a lateral esquerda tem em Éverton uma opção digna, mas resta saber se o jogador está disposto a atuar de boa vontade na posição. De qualquer modo, não se poderia esquecer que seria um jogador a menos no setor que atualmente ocupa, o meio de campo. Síndrome do cobertor curto, portanto.

E falta poder ofensivo a esse time. Ô, e como falta! Enquanto o verdadeiro Paulinho é procurado (e não encontrado), Lucas Mugni é inconstante e Eduardo da Silva ainda não parece suportar uma partida inteira, além de ser preciso lembrar que, com a saída de Hernane, Arthur "Pato" não pode ser a única opção do elenco para Alecsandro, não com o time ocupando a lanterna da competição. E se Alecsandro se contundir?

E como me esquecer do goleiro? Não há como levar Paulo Victor a sério! Já perdemos duas por causa dele só nesse campeonato.

Um pouco de criatividade talvez possa ajudar. Sei que a Série B não é o lugar ideal para buscar reforços, mas os exemplos de Wellington Silva, Marcelo, Renato Santos, Amaral, Cléber Santana, Paulinho e Hernane não justificariam algumas tentativas, ao menos para as laterais? Será que jogadores como Gabriel, João Paulo e Thomaz, por exemplo, não interessariam a algumas equipes da Série B?

Dia 13 de agosto fecha a janela e depois não adiantará chorar.

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Hoje temos, hipoteticamente, César, Leonardo Moura, Wallace, Samir e Éverton; Márcio Araújo, Cáceres, Canteros e Eduardo da Silva (Mugni); Paulinho e Alecsandro.

A conta do chá de boldo.

Adianta reclamar do Luxemburgo?

Bom dia e SRN a tod@s.