segunda-feira, 8 de julho de 2013

O Padrão Tático e a Janela

Buongiorno, Buteco! Pois é. Nada mais frustrante do que provar o sabor da vitória e subitamente senti-lo amargar, ainda mais sendo pegos de surpresa. Sendo muito honesto, quando o Coritiba atacou no início da partida, tentando marcar o Flamengo sob pressão e com o Alex cobrando aquele escanteio milimetricamente na cabeça do Júnior Urso, que acertou o travessão do Felipe, cheguei a temer pelo pior. Achei que o João Paulo levaria um baile do tal Victor Ferraz e que o Leonardo Moura não suportaria o ímpeto do Diogo, já que ambos foram ao chão nos primeiros esbarrões com esses adversários. Qual não foi a minha surpresa quando vi o time, taticamente, sobrepujar o líder do campeonato? Gostaria de deixar claro que o Coritiba foi um adversário bem mais ousado e melhor postado taticamente do que o Santos. Impressiona como está sempre bem posicionado, com o "desenho tático" da formação 4-2-3-1 nitidamente perceptível a quem acompanhava a partida. O Coritiba tentou dominar a partida no primeiro tempo e não conseguiu porque o Flamengo ganhou o meio, bloqueou as jogadas ofensivas pelas laterais e ao mesmo tempo deixou a zaga protegida, conseguindo marcar um gol, ter um pênalti ao seu favor e criar ao menos uma chance clara de gol para ampliar o placar, com o João Paulo.

Difícil entender o que ocorreu após o segundo gol, no início do segundo tempo. Por que aquele apagão? Por que a perda do ímpeto? Mano Menezes percebeu o que ocorria em campo e substituiu Cáceres, que vem de recuperação de uma delicada contusão no quadril, e Carlos Eduardo, jogador de pouco comprometimento tático, ao meu ver duas boas substituições, mas o Coritiba conseguiu empatar a partida com tanta rapidez que mal deu tempo para o time absorver o que se pretendia com as substituições. A bola aérea do primeiro gol e a forma como o sistema defensivo foi facilmente sobrepujado e desmontado no segundo gol merecerão longas conversas do treinador com o elenco. A verdade é que o Coritiba ainda teve outra jogada de bola aérea que por pouco não entrou, e, portanto, poderia ter virado o placar.

Gostei da entrevista do Mano Menezes, especialmente quando pontuou que o Coritiba, líder do campeonato, está jogando com confiança e por isso adotou uma postura ofensiva, tendo atacado o Flamengo. As chances surgiram e foram aproveitadas, com dois gols, que poderiam ter sido três, não fosse o pênalti perdido. Acho importante destacar esse ponto porque não houve rigorosamente ninguém que se destacasse individualmente no primeiro tempo com uma grande atuação. Logo, é digno de nota quando um time consegue abrir vantagem contra um adversário qualificado sem que seus jogadores atuem individualmente de forma brilhante, mas bem em conjunto. O problema, então, foi ceder o empate e não ter conseguido manter o padrão de jogo do primeiro tempo nos quarenta e cinco minutos finais. 

Fica então a pergunta: esse time, esse elenco, é capaz de atingir tal meta?

Com a palavra os amigos do Buteco.

Janela, ó Janela...

O assunto é inevitável, pois, afinal de contas, a "janela" de transferências internacionais fechará no próximo dia 20. O próprio treinador ressalta em várias entrevistas a necessidade de reforçar o elenco, deixando claro que tal promessa lhe foi feita e que conta com seu cumprimento, assim como a patente necessidade do elenco de ser reforçado. E, a rigor, não há setor do time que não precise ser reforçado: só temos um lateral direito, o lateral esquerdo (ao meu ver) fez sua primeira partida convincente no último sábado e o reserva é uma lástima; a zaga dispensa comentários, sendo uma das razões pelas quais o time não consegue segurar resultado e vem perdendo as partidas, mas não podemos nos esquecer de sua proteção, setor em que ainda não foi encontrado o homem certo para a função de volante mais marcador, além de faltar um armador de jogadas. Para completar, só dispomos de um bom finalizador no ataque.

Individualmente o time é muito fraco mesmo. No primeiro tempo de sábado, por exemplo, achei que o destaque individual foi o Paulinho, que esteve longe de ser brilhante. Daí podemos tirar um parâmetro nada promissor. Como não dá para trocar o time inteiro na sétima rodada do campeonato, só podemos ajudar a Diretoria apontando quais são as posições realmente mais carentes. Eu usaria a expressão fraturas expostas. Por exemplo: precisamos de reforços na zaga e na sua proteção, mas o que é realmente mais importante? Um primeiro volante que ajude a proteger a zaga por noventa minutos ou um zagueiro? Será que dá para consertar esse problema da bola aérea e então priorizar a proteção à zaga ou seria melhor reforçar a própria zaga?

Indo mais adiante, não vejo como ficar apenas com o Leonardo Moura na lateral direita até o final do campeonato e considero absolutamente imprescindível outro atacante que saiba finalizar e possa jogar ao lado do Marcelo Moreno. Claro que também acho o meia armador importantíssimo, mas é uma posição difícil, não sendo fácil encontrar o jogador certo para ser contratado. Temos muitas promessas a serem testadas na posição e, por isso, não adianta trazer qualquer um.

Espero realmente que a Diretoria se mexa ou do contrário teremos fortes emoções até o final do ano.

Bom dia e SRN a tod@s.