Bola parada e refletores apagados na Copa das Confederações, que deixou como um grande ativo circulante a inesperada reconciliação da seleção brasileira com a sua torcida, fato mais significativo do que a conquista do título do evento-teste da próxima Copa do Mundo. O "glamour" dos canarinhos está de volta como nos bons tempos que se diluíram a partir de 1982, quando a oblíqua filosofia representada pelo "jogar feio e ganhar" passou a prevalecer sobre o "jogar bonito e perder", como se tal maniqueísmo fosse uma verdade absoluta, já que de lá pra cá viu-se o time canarinho "jogar feio e perder" e quase nunca "jogar bonito e ganhar";
Um time pode vencer misturando as duas formas de atuar numa mesma partida, dependendo do momento em questão, pois há lances dentro de um jogo que permitem matar a bola no peito e sair jogando para armar um contra-ataque e existem também aqueles que exigem um bicão para o centro-avante a fim de desafogar um perigo iminente;
Nos últimos anos, a seleção obteve vitórias fugazmente comemoradas e seus autores sendo logo esquecidos, por não deixarem saudades."Quem quer ver espetáculo que vá ao teatro", diziam. E o namoro com a seleção ficou estremecido durante muitos anos até o reatamento consagrado, no último domingo, dentro do Maracanã, renovado templo sagrado do futebol. através da alegria proporcionada pelo reencontro definitivamente selado com uma retumbante goleada sobre os atuais Campeões do Mundo;
É tempo de manter a empatia recriada e aplicá-la nos últimos 7 jogos que a seleção fará até a derradeira convocação dos jogadores que irão disputar a Copa do Mundo, tendo os adversários confessado que foi difícil segurar a onda em todas as partidas contra o Brasil, desde a primeira realizada em Brasília até a finalíssima no Maracanã. Sinergia não se compra na farmácia da esquina, ela é conquistada através de uma simbiose de mão dupla, estando agora em alta junto aos brasileiros e à disposição dos responsáveis pela seleção, os quais têm a oportunidade de usá-la positivamente como ajuda de grande relevância para ganhar o Mundial de 2014;
Quem anda também necessitado de se reconciliar com a sua torcida é o Flamengo que, diferentemente da seleção de Felipão, jamais foi abandonado pela galera nem nos piores momentos vividos em gestões passadas, muito pelo contrário,pois aumenta a sua fidelidade permanentemente comprando tijolinhos para colaborar na construção do CT, adquirindo produtos oficiais, entrando para o quadro associativo do clube, fazendo campanhas para a necessária e importante mudança de diretoria, associando-se ao Programa Sócio-Torcedor e comprando seus ingressos seja aonde for para torcer pelo time no Brasil e pelo mundo afora;
Sábado próximo recomeça o Brasileirão em cuja tabela o Flamengo se encontra lá atrás graças aos desacertos de todos, do presidente Eduardo Bandeira de Mello, em seu centro de decisões, ao Carlos Eduardo, dentro de campo, passando por Paulo Pelaipe e Jorginho, o indeciso ex-treinador. Mano Menezes é a esperança da hora para fazer de um elenco mediano um time que, pelo menos, mantenha-se entre os 10 primeiros colocados do Campeonato. Sem os reforços tantas vezes prometidos repetidamente pelo vice de futebol, Wallim Vasconcelos, é o que temos para este ano destinado à reestruturação do clube.
SRN!
