quarta-feira, 10 de julho de 2013

Do padrão Fifa ao Flamengo



O "padrão Fifa" despencou empurrado pela tradicional incúria tupiniquim, no Mané Garrincha, antes de completar uma semana após a Copa das Confederações, já na partida válida pela 6ª rodada do Campeonato Brasileiro, jogada entre Flamengo e Coritiba, segundo informa o jornalista André Kfouri. Problemas que haviam sido escamoteados vieram à tona tão logo os aviões decolaram rumo à Suíça, alguns dos quais imperceptíveis pelo torcedor comum: equipes de emissoras de rádio foram obrigadas a trabalhar na arquibancada, bilheterias e banheiros improvisados, sinal de internet inexistente, banheiros fechados, além do péssimo estado do gramado, danificado em função de um show musical ocorrido no local há uma semana;

O Uol também fez a sua crítica em http://copadomundo.uol.com.br/noticias/redacao/2013/07/07/apos-copa-das-confederacoes-mane-garrincha-perde-padrao-fifa-e-tem-muito-improviso.htm: "...Por todo lado, o improviso e problemas de infraestrutura eram evidentes: bilheterias de lanchonete improvisadas com tapumes, bares improvisados com latões e isopor de gelo pelos corredores, banheiros fechados, entulho da construção acumulado em cantos de escadas e máquinas e operários trabalhando no entorno do estádio durante a chegada dos torcedores completavam o cenário";

Como cereja do bolo feito de desleixo fica o fato de ter sido a arena mais cara de todas as construídas e em construção para a Copa do Mundo, chegando próximo dos R$ 2 bilhões o seu custo total;

Por quê tem que ser assim? Ou alguém tem dúvidas que o Maracanã, a Fonte Nova, a Arena Pernambuco e os demais estádios erguidos a peso de diamantes não terão tratamento diferentes do equipamento de Brasília? Infelizmente, o legado expressado no verbo das autoridades é completamente diferente do posto em ação nos pós-eventos, bastando ver o que restou das obras destinadas ao Pan de 2007 realizado no Rio de Janeiro. A desfaçatez no uso do dinheiro público é notória e os custos dos empreendimentos para 2014 são apenas a ponta do iceberg, que simboliza a irresponsabilidade que abunda enquanto o Brasil afunda, parafraseando o inesquecível Joelmir Betting, em crônica a respeito do naufrágio do Batteau Mouché nas águas da Baía de Guanabara no triste réveillon de 1989;

E será no novo estádio brasiliense que o Flamengo enfrentará um Vasco cada vez mais naufragado e, agora, também sem o eficiente Paulo Autuori, que pediu as contas por não concordar com os métodos adotados em São Januário, no sentido do não cumprimento do acordado em contrato para manter os salários dos jogadores e funcionários em dia a partir da última quarta-feira, 06 de julho. "Não vim aqui para empurrar os problemas com a barriga........Compromissos devem ser cumpridos e fico chateado quando não os cumpro", disse em sua despedida o treinador. Muito bacana ouvir essas frases saídas da boca de um brasileiro cuja espécie está desacostumada com elas, com as exceções devidas, é óbvio, mas deveria ser sempre assim;

Está aí uma ótima oportunidade para o Flamengo sair da lama em que se encontra na Zona do Rebaixamento, embora esteja a 3 pontos do G-4, nessa embolada tabela do Brasileirão, e ganhar seu primeiro jogo diante da fiel torcida rubro-negra na capital do país a fim de fugir do inferno onde não pisava, até o jogo contra o Náutico antes da parada de junho, há 153 rodadas e para onde voltou logo na estréia de Mano Menezes graças ao empate com sabor de derrota na partida contra o Coritiba;

Porém, antes do clássico do próximo domingo, teremos na noite de hoje um importante confronto valendo pela Copa do Brasil contra o Asa de Arapiraca. Sou avesso a oba-oba, mas me recuso a admitir um resultado para esse jogo que não seja uma vitória do Flamengo, mesmo considerando que jogaremos nos domínios dos alagoanos, pois não disponho de elementos sequer para considerar uma pequena possibilidade segundo a qual o Flamengo não vá cumprir suas elementares obrigações e vencer essa partida.

SRN!