sexta-feira, 28 de junho de 2013

De novo na expectativa


Com a copa das confederações se aproximando do seu final, começa a crescer a expectativa para ver como o Mengão vai se comportar em campo, agora comandado por Mano Menezes. Não é a primeira vez nesta temporada que o torcedor rubro-negro se vê as voltas com a expectativa. Na verdade, desde a posse da nova diretoria, isso tem sido quase uma constante nesse primeiro semestre com as mudanças de uniformes, de treinador, dispensas de jogadores polêmicos etc.

No que concerne especificamente aos treinadores, passamos por situações bem distintas em relação ao que era esperado e ao que se viu em campo. Se com Dorival, esperava-se apenas um time que não fizesse vergonha no campeonato estadual, tivemos uma grata surpresa ao ver a equipe voando e atropelando os adversários na taça guanabara. Jorginho nos causou praticamente o oposto. Ainda que muitos de nós não esperássemos muito dele, o mínimo era que o time mantivesse o padrão, a forma de jogar. Não foi o que aconteceu e, sabe-se lá por quais motivos, o desempenho da equipe despencou, culminando com a saída do treinador.

E agora é a vez do ex-técnico da seleção, que assim como seu antecessor teve a oportunidade de fazer praticamente uma pré-temporada antes de sua primeira partida oficial. Naturalmente, as notícias de treinos focados em fundamentos, posicionamento e a ausência quase que completa dos famigerados recreativos, aumentam bastante o nível de expectativa, turbinada ainda pelos relatos dos jornalistas sobre o bom desempenho em coletivos nesta semana. Mas fica a dúvida para os torcedores escaldados após a passagem de um técnico como Jorginho, estudioso, articulado, sério mas que não conseguiu em momento nenhum ter o controle do grupo de jogadores. O que será que podemos esperar de Mano Menezes?

Tenho boas expectativas quanto ao desempenho do time, e as baseio em alguns fatores:

- o uso do esquema 4-3-3 variando para o 4-5-1 na defesa. Indepentende de gosto pessoal (é o meu esquema favorito e creio que, historicamente, é aquele em que o Flamengo obteve suas maiores glórias) foi o esquema que funcionou melhor com o elenco que temos hoje, explorando a velocidade dos garotos e mobilidade e boa saída de bola do Elias.

- a barração de Ramon - antes da contusão sofrida essa semana - é algo natural para qualquer observador de futebol. No esquema em que o Flamengo joga, com apenas 3 homens no meio de campo, é extremamente arriscado ter um lateral incapaz de se posicionar corretamente na defesa e fraquíssimo no combate direto. João Paulo, se não é um grande lateral, pelo menos sabe se colocar defensivamente.

- a manutenção da programação de poupar o Leo Moura. O moicano fez uma boa partida contra o Santos e foi bem nos jogos entre a melancólica eliminação do estadual e o início do Brasileiro. Mas bastou uma sequência de duas semanas de jogos às quartas e domingos que seu desempenho desabou. Para que isso funcione, é importante que o jovem Digão comece a ganhar ritmo ou que seja contratado outro lateral que possa substituir o velho camisa 2.

- a demissão de Renato Abreu. Apesar de ainda não estar assinada e resolvida a rescisão, foi fundamental para dar ao elenco o recado de que não serão tolerados ataquezinhos nem complôs contra a hierarquia estabelecida. Achei importante inclusive a forma como foi feita, sem conversa nem panos quentes. Errou, foi advertido, insistiu, foi punido, continuou, rua! Simples assim.

- o retorno do cáceres. O paraguaio tem boa saída de bola e muito mais poder de marcação que o Luiz Antônio, além de ser um grande reforço nas bolas altas, tanto no ataque quanto na defesa.

- a rápida definição do time titular, diferente do que fez Jorginho que escalou diversas formações até chegar a seu time base. Ainda que vários de nós tenhamos uma ou outra discordância, é importante já ter um ponto de partida para que se façam apenas modificações pontuais.

Sendo assim, penso que veremos um Flamengo mais estável nessa segunda parte da temporada e, espero, mais consistente e competitivo também. No amistoso de amanhã, já teremos uma amostra que deve nos permitir conclusões mais precisas. O São Paulo não é um time fraco, jogou a libertadores e, mesmo não tendo tido uma participação brilhante, é um time constantemente avaliado pela crítica esportiva como bem acima do nosso. Veremos quando a bola rolar.

abs e SRN!