quarta-feira, 15 de maio de 2013

Juiz de Fora, ontem e hoje


Hoje é dia de curtir e gritar "gol do Mengão" na Zona da Mata, em Juiz de Fora, no mesmo palco que guarda em sua memória de honra a despedida do mito Zico dos gramados, em 1989, quando, o que já era um evento histórico em si mesmo, o mestre tratou de emoldurá-lo com uma atuação antológica na vitória por 5 a 0 sobre o Fluminense, tendo aberto o placar com um gol de penalti, ops!...de falta cobrada da entrada da área, fundamentos que se equivaliam para o gênio;

Naquela tarde de dezembro na serra mineira, o estádio recém-inaugurado percebeu que a bola tocada por Zico, além de estufar as redes adversárias, poderia também chamar a chuva se ele quisesse, pois o artista fez de tudo que se pode exigir de um craque dentro de um campo de futebol, driblando com elegância, passando com precisão e concluindo em gol com categoria. Para um estádio cheirando a tinta nada melhor do que um espetáculo da melhor qualidade, deve ter prometido a si o ídolo, mas todos fomos premiados com a sua atuação derradeira e inesquecível, que poderia ser chamada de "despedida de gala do Galo!" Afinal, "Velhos tempos...belos dias...o que foi felicidade me mata agora de saudade";

Escrevi ali em cima elegância, precisão e categoria, virtudes apreciadas no futebol. Infelizmente e com certeza, nenhuma delas seguiu no rumo da Manchester mineira para o jogo de logo mais, que deverá ser vencido com muita vontade e raça pela equipe flamenguista, pois aqueles atributos estão escassos e sumidos até da outrora supra-sumo dos times de futebol, a seleção do bravo Felipão;

Fazer o quê a não ser torcer e comemorar momentaneamente uma vitória sobre o Campinense, a bola da vez? Há 15 dias a equipe comandada por Jorginho treina para mais esse importante embate valendo classificação para a 3ª fase da Copa do Brasil, que pavimenta o caminho para a Libertadores de 2014. O treinador tem realçado a importância da posse de bola até chegar no chute fatal na grande área adversária, mas "a porca tem torcido o rabo" ao verificar que são poucos os jogadores que dão menos de três toques na redonda para colocá-la de jeito para o repasse seguinte permitindo, assim, a chegada dos volantes trombadores para tomar-lhes a bola ou dificultar a sequência da jogada. E a consequência, quase sempre, é o contra-ataque pra cima da zaga que têm que se reposicionar quando já estava subindo para o meio de campo, sendo pega de surpresa no contra-pé para se recompor antes que o leite seja derramado;

Sorte que o Campeão do Nordeste tem um time abaixo das expectativas que tal título induz a imaginar e, inocentemente, devolve o presente para novas trapalhadas travestidas de toque de bola, às vezes, misturado com chutão e bicão para aonde o nariz aponta. E até sai um gol aqui outro ali, e vamos levando, torcendo por mais uma vitória;

Está na cara de todos que o time tem que melhorar muito para chegar às finais dessa competição, embora considere o boliviano Marcelo Moreno um up-grade realizado, mas não o suficiente para oferecer tocabilidade (/Tite) ao ataque. O Flamengo precisa ainda de um armador no sentido amplo da palavra, que chame a bola de você, que a coloque onde desejar com passes ilusoriamente feitos com as mãos, que resolva o jogo nas horas difíceis da partida, que seja algo equivalente a 1/3 do Zico. Confesso que viajei, esse meia existe com disponibilidade para vestir o manto?

Pois é, hoje é dia de vencer não importa como para voltarmos da serra com a classificação assegurada, embora devendo a qualidade por todos desejada.

SRN!