segunda-feira, 8 de abril de 2013

Refletindo

Buongiorno Buteco! É verdade que as recentes atuações do Flamengo nos deixaram todos com grandes preocupações para o Campeonato Brasileiro, que, ainda mais somado à Copa do Brasil, tem nível bem mais forte e intenso do que o do Campeonato Estadual. Contudo, estou orgulhoso da Diretoria e sua recente conquista das CND's. Era impossível colocar o clube nos trilhos sem algum sacrifício. O Flamengo traça o caminho correto. Agora, será preciso pensar bem no que fazer para evitar o início do Brasileiro em situação de extrema fragilidade, criando pressão no grupo por resultados. A Diretoria afirmou que os reforços chegarão. Eles fazem parte do planejamento, portanto, e por isso posso concluir que o time está perdendo enquanto pode.

Não gostaria, porém acho importante lembrar que em 2010, ano da última Copa do Mundo, um erro de planejamento fez com que Rogério Lourenço fosse equivocadamente mantido como treinador e todo o período de paralisação, e consequentemente de treinamentos, fosse desperdiçado, levando a um tremendo sufoco no Campeonato Brasileiro. Em 2012, a eliminação prematura na Taça Libertadores propiciou outro longo período de treinamentos, cuja metade foi desperdiçada por Joel Santana fora de campo, alegando estar "assistindo a vídeos". Mais oscilação e luta contra o rebaixamento tiveram que ser suportados no Campeonato Brasileiro. Por isso, muita reflexão antes desses dois intervalos: tanto no que haverá entre o Estadual e o Campeonato Brasileiro, como na interrupção do Campeonato Brasileiro para a Copa das Confederações - a Tabela, hoje, marca uma partida contra o Criciúma fora no dia 9 de junho e a seguinte contra o Coritiba em casa no dia 7 de julho.

Somados os intervalos entre Estadual e Brasileiro e o da paralisação para a Copa das Confederações, sobrará tempo para treinar, talvez até algo próximo de dois meses, com um mês de atividades entre os intervalos. Não sei se será possível treinar com o mesmo elenco durante todo esse período. Pode ser que haja mudanças, inclusive pelo exótico período da janela de transferências imposto pela CBF. Até para isso o Flamengo precisa estar atento. Tudo deve ser avaliado, desde o treinador até os reservas do elenco. Vamos então dar uma rápida olhada no elenco e no esquema tático.

Esquema tático

Vejo como maior problema tático no time, atualmente, o meio de campo, cujo setor defensivo não protege a zaga e nem volta para recompor quando perde a posse de bola. O desafio de Jorginho será postar o time adequadamente em campo. 4-2-3-1 é excelente, eu diria até o ideal hoje em dia, mas precisa dos jogadores certos. E, para mim, o bom técnico é o que escala o melhor esquema de acordo com as características dos seus jogadores. O esquema tático deve se adaptar às limitações dos atletas e não o contrário, sob pena de se exigir o inalcançável de quem é limitado.

O 4-2-3-1 exige muito dos dois jogadores de meio, ou seja, do segundo volante, que precisa ser um dínamo e jamais omisso na recomposição na defesa, e do meia, que não pode "apagar" durante a partida. Porém, para segundo volante, hoje temos o Elias "sumindo" dos jogos e, como segunda opção, o lento Renato Abreu, que vai devagar, mas com qualidade técnica, porém nunca volta, deixando saudades na proteção à zaga. Como esse esquema pode dar certo com volantes que não marcam e ainda com laterais que deixam uma avenida quando sobem, especialmente na direita? Sábado pudemos ver Amaral saindo de sua posição para acompanhar Renato Abreu em cada avanço pela  meia esquerda, com isso deixando espaços. No gol do Duque de Caxias, não só isso aconteceu, como Wallace ainda teve que sair da sua posição para cobrir a avenida deixada por Elias.

Então pergunto: temos elenco para tanto ou é uma questão de escalação, sendo o momento de apostar em um número ainda maior de jovens? Para piorar, na armação, no meio, Jorginho substitui sempre Rodolfo, que vem sendo lúcido e presente nas partidas, apesar da idade, pelo nulo e inseguro Carlos Eduardo, sendo que Cléber Santana, bom para finalizar e cadenciar o jogo, o que se esperava de Carlos Eduardo, é apenas a terceira opção. Impossível as coisas darem certo assim. As substituições têm sido feitas em momentos equivocados e sem critério.

No ataque, Hernane caiu de produção por dois motivos simples: primeiro, porque o time todo também caiu; segundo, porque com Jorginho no comando técnico passou a sair demais da área, quando todos sabemos que sua única serventia é escorar a bola em direção ao gol. E a bola tem que chegar! Além disso, não adianta Jorginho exigir de Hernane que se movimente com qualidade pelo ataque, ou seja, aquilo que não pode fazer. Jorginho não é Midas e por isso não conseguirá transformar latão em ouro. É melhor então usar adequadamente o latão.

Se Jorginho quer que seu 4-2-3-1 funcione, precisa escalar os jogadores certos, nas posições certas, mas, independentemente do esquema tático escolhido, ele dificilmente dará certo se os jogadores forem orientados em campo a violentar suas características individuais. Se esses jogadores não existirem, melhor será trocar o esquema. Não estou dizendo que seja o caso, mas Jorginho precisa conter um pouco seu ímpeto e tentar as coisas da forma mais simples.

Elenco

Defesa - González e Renato Santos formam uma zaga razoável para o momento que vivemos. Não faz sentido piorar e sim reforçar as duas laterais, pois Leonardo Moura não suportará o ritmo do Brasileiro somado ao da Copa do Brasil, muito mais intenso e forte do que o do Estadual, e João Paulo pode ser apenas um reserva ocasional. Melhor então eleger como prioridade as laterais.

Meio (Volantes) - A rigor, temos apenas Amaral como primeiro volante, pois essa não era a posição original de Cáceres. Aliás, Cáceres é primeiro ou segundo volante? Houve falta de critério nas dispensas, especialmente na do Muralha, que a rigor tampouco é primeiro volante. Elias precisa ser cobrado; é inaceitável sua postura omissa dentro de campo. Será que vale a pena ficar com ele? Eu ainda tentaria uma negociação envolvendo Ibson, ineficiente como volante e meia, apesar do alto salário, o que é praticamente impossível no caso do veterano Renato Abreu, lento e sem condições físicas de ser titular e suportar uma maratona de jogos. Posição carente.

Meio (Armação) - Há algumas jovens opções no elenco para armação, mas nada que resolva de imediato, e Cléber Santana tem qualidade técnica, mas não é nem um pouco regular. Acho que por isso se sai melhor entrando no segundo tempo e fazendo seus belos gols. Falta então um bom armador. No meio, então, primeiro e segundo volantes, assim como um meia são necessários, ao menos um de cada.

Ataque -  A Diretoria sempre indicou que Hernane seria reserva e buscava outro jogador. Tudo é relativo e depende do esquema e de treinador e Diretoria falarem o mesmo idioma. Até Hernane pode render mais, dependendo de como for utilizado. Finalmente, não há opções para Rafinha, que já é perseguido com faltas pelos marcadores e não pode ser cobrado como solução do time. Dois atacantes são necessários.

No final, acho que os amigos Old Martin e Gabriel Luiz Oliveira têm razão: precisaríamos de dez jogadores (Martin) ou os que temos dariam excelentes reservas (Gabriel). Estou sugerindo um arranjo com sete, daí a necessidade de não haver erro nessas contratações. Como o trabalho fora de campo segue o rumo certo, temos todos os motivos para manter a fé. A Diretoria tem bons critérios e um nível de seriedade ainda não visto no clube. Colheremos os frutos no futuro, mas por favor, Blues, reforcem esse time, ok?

Desejando um ótimo restante de semana a todos, pergunto: já se associou?

Bom dia e SRN a todos.