sexta-feira, 5 de abril de 2013

Organizar a cozinha


Preocupante. Muito preocupante. Foi a sensação que não me abandonou enquanto assistia a tenebrosa partida de quarta-feira. O time armado pelo Jorginho só conseguiu ser menos pior que o triste gramado do Mangueirão.

Depois de assistir as partidas da copa europeia, fica ainda mais evidente - em questão de minutos - que desapareceu completamente o pouco de organização tática que havia sob o comando do Dorival Jr. Hoje, não há coordenação nem compactação entre os setores do time. Zagueiros e laterais jogam espalhados deixando avenidas entre si e mesmo a movimentação frenética de Rodolfo, Rafinha e Gabriel ainda é muito mais um traço de desordem em campo do que tática para confundir marcadores.

De todos os setores do time, a defesa é o que realmente tem me tirado o sono. Tenho para mim que o grande problema dessa parte do time ainda é mais de posicionamento do que de nomes. Vejam que com exceção do Atlético-MG, que tem dois bons zagueiros, a maioria das duplas dos grandes times brasileiros é bem fraca. Alguns tem bons nomes, mas é um cara sozinho, como o Dedé cercado de genéricos do Wellinton, do Ramon, do Wallace e por aí vai. O que faz com que times como o Fluminense, por exemplo, tenha uma defesa forte – ano passado, pelo menos – é muito mais um sistema bem armado do que jogadores de qualidade ali atrás. Ou alguém acha que o Gum é muito melhor que o Wallace ou o Renato Santos?

Por esse motivo, penso que o treinador deveria dar total prioridade a organizar o posicionamento de sua defesa. Treinos focados na compactação, deslocamento em bloco e cobertura devem ser intensificados. Talvez treinando contra os próprios atacantes rubro-negros, que são bastante rápidos e se aproveitam bem de defesas lentas.

Penso que o ideal, num primeiro momento, seria definir uma formação titular e uma reserva que realizassem o mesmo trabalho com jogadores com características semelhantes jogando nas mesmas posições. Teríamos uma defesa com Leo Moura, Gonzales, Renato Santos e João Paulo e na outra Luiz Antônio, Alex Silva, Wallace e Ramon como seus respectivos reservas. Dessa forma, as substituições defensivas seriam menos traumáticas com cada jogador sabendo exatamente como se comportar taticamente em relação aos companheiros de defesa.

Uma outra sugestão, essa mais ousada, seria contratar um treinador de defesa, como existe nos times de futebol americano. Esse profissional, membro da comissão técnica permanente do clube, seria responsável por monitorar o desempenho dos nossos defensores individual e coletivamente. Equivalente a um preparador de goleiros, sua tarefa incluiria trabalhar os fundamentos principais de zagueiros e laterais além de treinar separadamente a movimentação do setor contra jogadas específicas, como escanteios e faltas próximas a área. Poderia ainda, fazer trabalhos específicos solicitados pelo treinador principal, como preparar a marcação especial em algum atleta diferenciado, como Neymar, por exemplo apontando para o jogador que for marca-lo quais as malandragens recorrentes do oponentes e seus pontos fracos a serem explorados.

Marketing

Assim como é importante criticar, é fundamental também elogiar e parabenizar o trabalho bem executado. A ação realizada pelo departamento de marketing rubro-negro em Belém é um desses casos. Mais importante do que o ingresso em si ou mesmo a presença do ídolo, o gesto do clube mostra atenção e carinho com o torcedor rubro-negro. Mais ainda, demonstra que o cadastro e o mapeamento dos torcedores podem ser (e parece que serão) muito bem utilizados gerando ações positivas e fortalecendo a marca do clube por todo o país. É o tipo de coisa que toda a torcida espera de profissionais do nível dos que estão agora no Flamengo. O trabalho do marketing rubro-negro demorou para aparecer, mas agora marcou um golaço.

abraços a todos e
SRN!