segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

O Próximo, Por Favor!


Buongiorno, Buteco! É preciso ter cautela com esse time, todos dizem. Muitos jogadores jovens, em afirmação; o futebol é imprevisível; o time precisa se impor e provar seu valor nas finais; o Estadual não é uma competição tão forte como o Campeonato Brasileiro; há ainda a Copa do Brasil, o Seedorf é isso e aquilo, blá, blá, blá, blá, blá... Tudo é verdade, mas também é verdade que o Flamengo não me deixa ser modesto. Nem um pouquinho. E como ser, afinal? Todos falavam em uma pré-temporada estendida, em uma fase de muita paciência, com um elenco sem estrelas, mas com salários em dia, e um Departamento de Futebol em ordem, minimamente organizado, funcionando como deve em qualquer clube de futebol normal. Pois bastaram essas singelas providências para toda a luz e a energia rubro-negra canalizarem suas forças para o grupo, imantando-o para fazer a melhor campanha da Taça Guanabara, e isso com uma rodada de antecedência antes das semifinais, com jovens jogadores despontando e contratações dando certo, até as que pareciam desenganadas ano passado. Alguém poderia imaginar?

Tudo bem. Estamos distantes da perfeição. Ontem, Elias, uma peça-chave na transformação dessa equipe, pareceu um tanto disperso na partida. Carlos Eduardo, que demonstrou muita categoria, ao meu ver, pareceu sem ritmo e não conseguiu participar da partida o tempo inteiro. João Paulo e Leonardo Moura, principalmente, tiveram muitos problemas na marcação pelas laterais e o Botafogo, após o gol sofrido, criou muitas oportunidades. Cáceres me pareceu sobrecarregado na marcação, por todo esse contexto e o miolo da zaga merece ser poupado por ter sido muito exposto.

Por outro lado, Carlos Eduardo, que, como disse, mostrou categoria, provou que sabe o que fazer com a bola e, ainda que esporadicamente, deu sequência a jogadas de forma inteligente, dando a entender que será uma peça muito útil no futuro. Hernane vem, jogo a jogo, provando que é um fato e o clube terá que lidar com isso e entender a sua devida dimensão. Rodolfo, que substituiu Carlos Eduardo no segundo tempo, apesar do incrível gol perdido após excelente jogada, esbanjou passes precisos e com categoria. O cara é habilidoso, marrento e abusado. Espero que use essas qualidades para o bem e não perca a cabeça. E nesse segundo tempo, após começar melhor, diante da apatia de Elias e da queda de produção de Ibson, que havia ido muito bem na primeira etapa, o Botafogo foi envolvido pela velocidade e pela entrega do Flamengo, muito também pelo cansaço de Seedorf.

Rafinha parece render muito melhor pela direita. Carlos Eduardo deu sequência a boas jogadas pela esquerda. Houve algumas trocas de posições no primeiro tempo, mas acho que essa foi a formação que rendeu melhor. Dorival deveria mantê-la, ao meu ver. Rafinha, aliás, demonstra a cada partida que não é fogo de palha e tem, além da velocidade explosiva, uma visão de jogo daquele tipo de jogador que não se encontra em cada esquina. Rafinha ganhou sua posição no time. É impossível tirá-lo da equipe no momento. Será que Gabriel consegue fazer a função de camisa 10, pelo meio?

Por fim, gostei da movimentação do Sartori. Nenhuma jogada em especial, mas estava presente em todas, na colocação correta, e trocou alguns passes com desenvoltura. Ele, Rafinha e Rodolfo são prova de que, em uma equipe bem estruturada, ainda que tenha muito o que evoluir, como é a de Dorival Júnior hoje, é possível aos jovens entrarem, sentirem-se a vontade e se firmarem com muito mais facilidade.

Penso que esse time voaria com um camisa 10 típico, talentoso, que conseguisse participar do jogo inteiro sem "sumir", o que infelizmente não é o caso do Cléber Santana, jogador experiente e de indiscutível categoria, porém oscilante como um vaga-lume. Espero que a Diretoria encontre esse jogador.

No início do ano, enfrentar o Fluminense com esse time assustava. Hoje causa até ansiedade. Queria que o jogo fosse amanhã. O próximo, por favor!

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Essas são as minhas impressões. Duas enquetes rápidas para os amigos:

1) Chicarito é fogo de palha ou vai encarar os desafios mais altos no Brasileiro? Ou ainda é cedo e temos que testá-lo?

2) Gabriel entraria nesse time? Se a resposta for sim, no lugar de quem e em que função?

Bom dia e SRN a todos.