sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

o mais querido do Brasil

A coluna desta semana vai ser um pouco mais curta, e abordar um tema que muito me agrada que é o caráter nacional do Flamengo. É fato conhecido até do mundo mineral que, em qualquer parte, de norte a sul do país, é possível e até provável cruzar com alguém na rua trajando o manto sagrado. E, para desespero da mídia paulista, isso não acontece com nenhum outro clube.

Na última semana, passei por quatro estados do nordeste e em todos eles vi pessoas trajando o rubro-negro, mesmo em estados com times locais na primeira divisão, como Pernambuco. É claro que avistei também camisas de outros clubes, como o São Paulo e o Corinthians e vi até um ambulante trajando a camisa com o cinto de segurança dos vices, mas não dá nem para comparar em termos quantitativos. Na Paraíba, estado cuja própria bandeira é rubro-negra, se vê um de nós a cada esquina. Realmente, somos todos menos alguns.

E conversando com garçons, taxistas, vendedores e falando sobre o Mengão, fica clara a paixão e a esperança com que muitos estão olhando para a nova direção do clube. A maioria vem apoiando as medidas, mas muitos ainda caem na conversa mole que foi vendida de que os novos contratos de tv e da adidas são vitórias da gestão patrícia, por exemplo. Fica nítido que a comunicação do clube ainda não encontrou uma forma de atingir esse torcedor que fica longe do Rio de Janeiro e não é tão afeito a buscar informações nas comunidades virtuais. Trata-se de uma questão importante, já que este é o perfil de grande parte da Nação, um grupo que é refém de setoristas que estão mais interessados em polêmicas e escândalos do que em informar.

Por outro lado, não pude deixar de me questionar sobre o porque de o clube não fazer sua pré-temporada nessa região com enorme potencial. Muitas capitais estão a poucas horas de carro umas das outras e seria possível excursionar por três ou quatro delas renovando a paixão da torcida e incentivando novas gerações de pequenos rubro-negros. 

O mercado paulista ainda tem a preferência econômica de investidores e patrocinadores mas me parece um imenso desperdício não olhar para um mercado carente de atenção dos clubes e com um 
grande potencial de consumo. Deve ser pensada, inclusive, uma forma de criar canais de distribuição de produtos licenciados do clube nas cidades menores no interior dos estados.

É verdade que existe um grande crescimento do Corínthians e do São Paulo em número de torcedores, e uma mídia forte inflando números e pesquisas desfavoráveis ao Flamengo. Mas apesar de todo o esforço que os nossos dirigentes fizeram nos últimos anos para diminuir a força do clube, ele continua ser O Mais Querido. E para se manter assim, é hora de ele se voltar para fora dos muros da Gávea e dos limites da cidade do Rio de Janeiro.

abraços a todos e SRN!