segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Zico, Zicão, Zicaço!

Buongiorno, Buteco! Iniciamos mais uma semana, contando os dias agora para a eleição do dia 3 de dezembro de 2012, a qual promete ser "a mãe das batalhas" e que definirá o futuro do Mais Querido por um bom tempo - a permanência (indesejada) da atual mandatária geraria consequências imprevisíveis e catastróficas, com efeitos deletérios para além dos três anos de mandato. À medida em que o "Dia D" se aproxima, nada mais natural do que manifestações políticas e democráticas ocorram, com os candidatos e suas chapas expondo civilizadamente suas propostas e promovendo eventos para angariar simpatizantes, certo? Errado! No Flamengo atual, civilidade é apenas uma aparência e um discurso hipócrita. Pasmem aqueles que ainda não sabem, mas na manifestação da última quinta-feira, dia 15 de novembro, aniversário de 117 anos do clube, ocorreram odiosos atos de intimidação contra a Chapa Azul e seus apoiadores e simpatizantes. O cúmulo, porém, chegou à proibição ou intimidação contra se entoar o nome de Zico, Arthur Antunes Coimbra, dentro das dependências do clube. O fato, esdrúxulo, estapafúrdio, além de revoltante, reforçou ainda mais a minha certeza de que o atual grupo que detém o poder no clube não pode conseguir se manter via reeleição da atual mandatária e levou-me a algumas reflexões que faço questão de compartilhar com os amigos nesta segunda-feira.

Quem frequenta o Buteco sabe que não sou bem do tipo que idolatra qualquer um ou que acha que o clube deva se curvar a esse ou aquele jogador; contudo, quando falo de Arthur Antunes Coimbra e de Flamengo, reconheço que preciso, no mínimo, suavizar o rigor desse princípio. Não sei se começo pelos títulos ou pelo exemplo que Zico foi como atleta, dentro e fora de campo. Difícil escolha, mas vamos aos títulos. Quem tem um pouco mais de idade consegue se lembrar da relevância do cartel de títulos do Flamengo nos cenários nacional e internacional antes da chamada "Geração Zico"? Sim, a torcida já era grande, enorme, mas com ele multiplicou-se ainda mais, pois simplesmente cinco dos seis títulos brasileiros foram conquistados com pelo menos um dos membros dessa geração, tendo quatro deles sido com o Galinho de Quintino em campo. Como se não bastasse, teve ainda uma Libertadores  um Mundial, o acachapante número de sete campeonatos estaduais e o "singelo" número de 508 (quinhentos e oito) gols como profissional pelo Flamengo (por favor, reflitam uma vez mais a respeito desse particular número). Ah, ele ainda era um cara que rarissimamente tomava um cartão amarelo, quanto mais vermelho; era um modelo de cidadão e profissional, líder e carismático, despertando admiração até por torcedores de outros clubes.

Beleza. Alguns de vocês devem estar achando que eu sofro de algum grau de autismo por estar escrevendo a respeito do óbvio, de números notórios, que todos conhecem, e blá, blá, blá, mas convenhamos, se no dia 15 de novembro de 2012, semana passada, proibiram adeptos da Chapa Azul de entoar o nome do Zico dentro das dependências do Clube de Regatas do Flamengo, então acho que chegou aquele momento de olharmos para o passado e reatarmos com velhos princípios e valores, certo? Do contrário, o que restará desse clube e de sua torcida? Se a situação vencer com atitudes como essa e hostilizando nesse grau a figura de Arthur Antunes Coimbra, talvez o Flamengo não mereça continuar a existir com o tamanho e a grandeza que possui e deva se encolher às feições e tamanho daqueles que hoje o detém em suas mãos, incluindo os que irresponsavelmente os elegem pensando unicamente em seus próprios umbigos, ou talvez não se trate nem de merecer ou não, mas do que o destino fatalmente reservará ao clube por desafiar tanto a própria sorte. Claro que em três anos haverá novas eleições, mas nesses três anos alguém garante o que ocorrerá, tomando por base os últimos três?

Muito tem se debatido a respeito do conteúdo dos programas e propostas das chapas de oposição, em especial da Chapa Azul, que realmente parece disposta, pelo conteúdo programático e pelo currículo de seus integrantes, a fazer algo de diferente não só no clube, como no futebol brasileiro. Entretanto, escolhi tratar deste pontual episódio na coluna de hoje por considerá-lo emblemático e capaz de sintetizar e simbolizar o colossal erro que foi a eleição da atual mandatária e o desastre que representa a sua aliança com os detentores dos poderes do clube e demais conselheiros que a apoiam e apoiaram. Poderia descrever um a um e dimensioná-los em comparação a Arthur Antunes Coimbra em qualquer campo, inclusive na importância para o clube e o desporto brasileiro (não apenas o futebol), mas seria ocioso, pura perda de tempo. Basta de obviedades por hoje.

Que as pesquisas recentemente divulgadas se tornem realidade nas urnas do Flamengo no dia 3. Vote no Flamengo. Vote na Chapa Azul.



Bom dia e SRN a todos.