quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Os retrógrados


Os conservadores que mandam e desmandam no futebol mundial vivem insones e trêmulos com a necessidade, cada mais evidenciada, do uso da tecnologia para esclarecer e colaborar nas decisões das questões controversas de uma partida de futebol, tirando das mãos dos árbitros o poder de fazer o resultado de um jogo intencionalmente ou não, o que vem sendo rejeitado, inexplicavelmente para muitos, com argumentos toscos e risíveis. Desconfio que a razão seja simples: não querem, não interessa. Até alguns árbitros se insurgem contra a introdução dos "olhos de falcão", que evitariam, por exemplo, que o legítimo gol de Liédson contra o Cruzeiro fosse anulado por um auxiliar que se encontrava em posição privilegiada em relação ao lance e aos jogadores que dele participaram, ou seja, vendo nitidamente a posição legal do atacante do Flamengo, mas a bandeira foi levantada...

Os "velhinhos" da Fifa alegam que as polêmicas discussões a cada rodada de um campeonato ao redor do mundo fazem parte do jogo que, lá atrás no tempo, tinha um desenvolvimento completamente diferente em seu ritmo em relação aos dias de hoje, quando "os netos do vento" puxam um contra-ataque em grande velocidade, entram com a bola numa grande área enquanto Sua Senhoria, o árbitro, ainda vem ultrapassando a linha de meio de campo torcendo para que na jogada não haja algum tipo de choque com o goleiro adversário, que o obrigaria a tomar uma decisão sobre um evento não visto em toda a sua dimensão. Além de tudo, antigamente usava-se duas câmeras, hoje tal quantidade chega a quase duas dezenas, prontas para reproduzirem fidedignamente todas as nuances de um lance, as quais muitas vezes fogem do visual de todos, da torcida ao juiz do jogo cujo erro de interpretação, se houver, será entregue de bandeja aos prejudicados;

No jogo Internacional x Palmeiras foram perdidos seis minutos em discussões e lamentações com o gol marcado com a mão pelo hermano Barcos. Com o auxílio de imagens, o Internacional pediria "um desafio" como é feito no tênis e em menos de um minuto a questão estaria resolvida. Necessário se faz lembrar que numa partida de tênis cada equipe tem direito a dois desafios ao longo da contenda;

E por falar em contenda, temos no final desta noite uma imperdível entre Flamengo e Atlético Mineiro, no estádio Independência, em Minas Gerais. Em minha modesta opinião de torcedor-torcedor, Dorival Júnior lançaria o melhor time que poderia ser formado com o atual elenco não fosse a ausência por contusão do volante Cáceres e a presença dos limitadíssimos Íbson e Renato Abreu, em vez de começar com Adryan para oferecer mais velocidade e qualidade do passe, na transição das jogadas. Como todos sabem, atualmente, minha equipe preferida é contemplada com dois volantes (Amaral e Cáceres), dois meias (Cleber Santana e Adryan) e dois atacantes (Love e Liédson), porém, com aqueles dois jogadores na zona de pensamento o que já cansei de ver é a chamada ligação direta defesa-ataque e a consequente reclamação do torcedor vizinho: "Pô, o Love (ou Liédson e, antes, o Deivid) não está vendo a cor da bola". Quem tem que ver a cor da bola é o meio de campo, tratá-la bem e passá-la melhor para os atacantes finalizarem, que é o que deles se espera. O resto são "n" passinhos para os lados e nos pés dos adversários;

Enfim, que vença o melhor e que o melhor seja o Mengão do nosso coração!

SRN!