terça-feira, 24 de julho de 2012

Educação é a solução!

Ok, Joel caiu, mas o que o Flamengo deseja com um novo treinador? Onde e como chegar? Qual o perfil do treinador? Ele se encaixa com o “perfil” do elenco? Pois bem, vamos ao que penso deste elenco, e não apenas do futebol do Flamengo, passa pela educação e a inteligência dos atletas. O tema é pouco estudado e controverso, mas acho que falta inteligência ao time, educação mesmo, e não restrinjo ao clube, alargo o tema relacionando ao futebol brasileiro como um todo. Até onde os atletas do futebol brasileiro estudam? É notório que exceto os fenômenos, os jogadores com conhecimento, cultura tem melhor rendimento, e não vou citar exemplos muito distantes, citarei Ricardinho ex-Corinthians, Santos, entre outros e Petkovic (dispensa apresentações). Tecnicamente sabemos que este Flamengo de 2012 não é ruim, por isso tanta chateação e cobrança, mas são bem treinados ou escolhem as melhores opções de jogadas? Não. Porque?

Falta teoria, base. Em geral o atleta do futebol sabe pouco a respeito de seu esporte, sendo apenas “chutador de bola”. Afirmo que falta inteligência espacial ou territorial, inteligência emocional e inteligência tática (e mecânica, domínio sobre o corpo), falta inteligência, para a escolha das melhores jogadas ou a antecipação e criação de opções que facilitem aos companheiros de equipe. Não se trata de torná-los robôs, capazes de processarem cálculos de alta complexidade como no xadrez de alto nível, apenas aplicar os conceitos esportivos, futebolísticos (falo especificamente do Flamengo). Então, uma questão se apresenta: será que os treinadores, professores de educação física, agem como professores com seus atletas? O melhor modo para o crescimento de um elenco para uma equipe competitiva e vencedora perpassa inevitavelmente pela sala de aula, aprendizagem, para resultados no curtíssimo, médio e longo prazos. A teoria é importantíssima para qualquer área, sempre que aliada a pratica, no caso do futebol parece que apenas os treinadores se empenham pela teoria (com raras exceções), tendo o atleta um desinteresse extremo e o clube faz vista grossa em relação a isso, sendo pusilânime (sem exceções nacionalmente).

Já que nesta fase do campeonato brasileiro de futebol, que irá até Outubro, quase não existirá tempo para treinamento de campo, pelas viagens e pelo esgotamento das próprias partidas, então, como há tempo de concentração e trabalho no CT, que a diretoria com a nova comissão técnica implementem a volta às aulas para que estes atletas velhos profissionais (“viciados”) e aos em formação tenham um melhor aproveitamento. Penso futebol de modo relativamente direto, deve ser vibrante, mas não se pode dar oportunidades ao adversário, a bola é fundamental e a ocupação dos espaços também, por isso para mim um grande clube deve atacar como um time de handball, contra-atacar como um time de futebol americano (atacando) e defender como um time de basquete. Então, assim, poderemos evoluir com os atletas individual e coletivamente, com a minimização dos passes errados por escolha equivocada ou falta de treinamento, repetição (menor chance de erro), sendo este o fundamento mais visível; e até dribles errados (má escolha de posição ou lado do campo) e posicionamento espacial, tudo aplicado ao futebol, mas com vídeos que apliquem a interdisciplinariedade que existe no esporte moderno aos montes, mas encontra resistência no futebol. No Brasil então, nem se fala, ainda mais com índices educacionais tão vergonhosos. Está na hora disso ter fim.

Para se atacar um adversário, obviamente deve se ter a bola, gostando dela, enfim girar a pelota é essencial, se proporcionando opção de passe a e movimentação constante para uma melhor ocupação de espaço na tentativa de ser letal. O Barcelona maior exemplo atual troca passes e faz gols, empurrando seus adversários. Por filosofia os catalães entram na área com muito mais jogadores na área adversária encaixotando o oponente, mas isso não significa que o quarto final do campo fica congestionado, e sim, o região para a finalização é muito mais contundente por que não há espaço e o gol está sempre muito próximo do atacante e consequentemente a bola.

Handebol

Barcelona treinamento e conceito




Barcelona posse de bola, tiki-taka


Porque contra-atacar como um time de futebol americano? Por causa da pressão e da velocidade de raciocínio aliada ao treinamento e a capacidade de execução do movimento do quarterback, o cérebro da equipe. Todo time deveria ter um camisa dez, mas com treinamento é possível que qualquer outro atleta seja um facilitador de jogadas e consiga colocar seus companheiros em situação melhor, a fim de agredir ao seu adversário. O quarterback trabalha sempre no limite, com precisão e na busca do movimento certo para “golpear” ao adversário e colocá-lo em situação de definição. Com o aprimoramento da inteligência espacial todos terão condições de por o companheiro em situação de ultimo passe, e em zona de finalização, rapidamente. O Real Madrid por exemplo é mestre em fazer isso. Colocar seus atacantes em situação de um para um com o goleiro ou mano a mano com os zagueiros. No vídeo até o zagueiro botinudo, Pepe, faz um lançamento de trivela em um contra golpe, ou seja, com treinamento e um “curso rápido” no CT do Flamengo muito pode ser aprendido e executado.

Tom Brady, um dos melhores da posição


Real Madrid, o contragolpe mais letal do planeta



Para defender é preciso muito mais treinamento e coordenação, então convido a que assista a uma aula de defesa em um jogo de basquete em que o Brasil fez uma partida excepcional, inclusive colocando 12 pontos de frente no primeiro quarto do jogo. Os estadunidenses (como diria um velho professor) ainda são os reis da defesa, e um excelente exemplo de treino e talento a serviço da equipe. Detalhe importante, os americanos viraram ao jogo com um segundo quarto de, pasmem, 20 x 5. Impressionante! A demonstração de que defesa ganha campeonato, mas não é necessário que se entupam o time de volantes e não se abdique de futebol ofensivo é a seleção espanhola.

EUA x Brasil, basquete 2012.


Seleção espanhola em analise


Não seria nada ruim educação formal e esportiva para os atletas do futebol do Flamengo, inclusive com o clube incentivando o curso de educação física em universidades à distância, muito difundidas no país, o de certo modo os faria pensar no futuro para além das chuteiras. A volta às aulas para os professores (treinadores) e para os alunos (atletas), seria benéfica para o futuro do time atual, e em médio prazo nos faria sonhar com a possível volta a uma escola Flamenga de futebol, como na geração 81, formando continuamente outras gerações como aquela, minimizando o desperdício.

Ubique, Flamengo!
SomoFlamengo, VamoFlamengo!
DesocupPatrícia!