segunda-feira, 16 de julho de 2012

5 Dias

Buongiorno, Buteco! Acordo nesta bela manhã de segunda-feira com uma sensação de alívio com mais três pontos na tabela. Num confronto direto contra um adversário que nada aspira na Série A além de nela permanecer, o Flamengo se impôs jogando fora de casa e com um a menos em campo, na base da raça. Não poderia ser de outra forma, pois, se dependesse de planejamento tático feito pelo Joel Santana, teria perdido o jogo, e se dependesse do nível técnico do próprio time, as chances de êxito não seriam muitas. Eis o legado de dois anos e meio de "gestão" de Patrícia Amorim: futebol horroroso, elenco heterogêneo e fraco para as ambições do clube e da torcida; dúvidas e mais dúvidas sobre o que conseguirá na campeonato brasileiro. Patrícia Amorim recebeu um elenco campeão brasileiro após dezessete anos de espera e, em seu último semestre do mandato na Presidência do Flamengo, nada que faça poderá chegar nem sequer perto de igualar esse feito. Triste constatação. Entretanto, resta ainda a possibilidade de terminar esse mandato, no futebol, com uma parcela mínima de dignidade, desde que aproveite os 5 últimos dias que restam para as transferências internacionais, contados desta segunda-feira, e que se encerram na próxima sexta-feira, dia 20 de julho. Digo isso porque o momento do futebol brasileiro não é dos melhores e três jogadores bem escolhidos podem transformar uma equipe de futebol, subindo-a de patamar, tanto mais em um campeonato tão nivelado - basta conferir na tabela.

Não vou aqui sequer indicar nomes. Riquelme é um craque, mas com certeza não é o único meia no mundo e nem mesmo no futebol argentino; Juan, que já não era o zagueiro da minha preferência, é passado, e muito menos é a única opção de bom zagueiro no mercado. O problema dessa "diretoria" é achar que todo mundo correrá para os braços do Flamengo agradecendo pelo interesse como se estivesse fazendo um favor em vir jogar por um clube que passa a imagem de devedor de salários e de mau pagador, além de desorganizado, o que a atual "gestão" tratou de reverberar com todas as forças no episódio envolvendo a estrela de primeira grandeza que acaba de rescindir com o clube de maneira escandalosa e nada favorável para atrair novos atletas. Por isso, vejam só, negociam com um jogador por posição sem ter o chamado "plano B" e, como têm propensão natural por planos e propostas mirabolantes e intangíveis, costumam dar com os burros n'água.

Mas renovemos a nossa fé uma vez mais e façamos figa: vamos torcer para em 5 (cinco) dias virem um zagueiro, um meia e um atacante. Daí pode vir a base para o time principal subir de patamar e, quem sabe, até beliscar uma vaguinha na Libertadores/2013. Vamos agora falar do jogo.

No peito e na raça

Bem, se o Joel não ajuda na formação tática da equipe e na própria escalação, os jogadores trataram de resolver no momento mais difícil colocando seus corações nas pontas de suas chuteiras. Ao menos isso foi bonito de se ver ontem. O time jogou firme, dividindo todas as bolas, com coragem, pelo menos nisso com cara de Flamengo, pois na técnica realmente não deu. Eu tento entender o que se passa na cabeça do Joel, mas não consigo. A formação do primeiro tempo, com o Adryan preso na esquerda é um exemplo. Tudo bem, ele jogou assim na Copa São Paulo de Juniores, pela esquerda; mas naquele esquema tático não havia problema porque Lorrain e Muralha articulavam muito bem as jogadas pelo meio, quando não o próprio Adryan, que tinha liberdade para se movimentar. Ontem, com o rapaz preso na esquerda, ficou difícil de entender. Como Ibson tem as suas limitações técnicas que conhecemos na armação e o Renato Abreu é, na prática, um "kicker" em campo, pois limita-se a cobranças de faltas e pênaltis, quando ocorrem, ficou um grande buraco pelo meio e os atacantes mais uma vez isolados, morrendo de inanição. Devemos ao oportunismo de Hernane o gol marcado no primeiro tempo.

Quanto ao gol do Bahia, não é de hoje que se fala na necessidade de Luiz Antonio aprimorar sua parte defensiva, e isso tem que ocorrer seja na lateral, seja no meio de campo, até porque, apesar de ser promissor, não é um projeto de Pelé, se é que vocês me entendem... E jogador moderno, hoje, tem que executar as duas funções! Contudo, não devemos tirar o mérito do belíssimo passe do lateral esquerdo Helder, do Bahia, nem da velocidade com que a jogada foi executada, que pegou nossa jovem e desatenta defesa, incluindo Paulo Victor, fora de posição. Podemos dividir aqui os méritos e deméritos da jogada.

A partir de então, acho, precisamos dar um desconto em tudo o que ocorreu em campo, pois o Flamengo jogou com, no mínimo, 1,5 a menos em campo, afinal de contas o Renato Abreu, vocês sabem como é, né? Não marca nem a sombra, mas bateu bem o pênalti e ainda fez o seu marketing pessoal de "raçudo", jogando pra plateia, como se convencesse alguém com aquele teatro de quinta categoria. Poderia ter poupado a torcida do constrangimento. O time tomou sufoco, os zagueiros se posicionaram em linha em vários momentos no segundo tempo, os jogadores do Bahia concluíram a gol sozinhos, na cara do Paulo Victor, por cima e por baixo, mas no final nosso goleiro foi um paredão e tudo deu certo. Claro que o Ibson tentou entregar de forma irresponsável por duas vezes, mas felizmente não conseguiu. Eis o problema do Ibson: acha que é um Rolls Royce, mas não passa de um fusquinha tunado, com rodões de liga leve. Se tomasse consciência de suas limitações ajudaria muito.

No final, valeu pela raça, principalmente de Diego Maurício e Negueba, que colocaram fogo no jogo do lado do Flamengo. Sob esse aspecto, inclusive, o normalmente sonolento Diego Maurício foi uma surpresa. Tomara que não tenha sido um episódio esporádico.

Aguardemos até sexta-feira, amigos, o que a "diretoria" nos trará. A depender, teremos um final de ano mais tranquilo. É o que todos desejamos.

Bom dia e SRN a todos.