quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

O que será festejado primeiro: A transposição do Rio São Francisco ou a organização do Flamengo?

O Campeonato Estadual completou a sua 1ª volta mostrando que, se por um lado, o sistema mata-mata garante fortes emoções nas últimas partidas, por outro, sustenta a injustiça praticada com a regularidade das equipes ao longo da competição em cujas semifinais o Fluminense chegou graças às vitórias do Vasco sobre o Volta Redonda e o Boavista, e comeu todo o bacalhau, além de levar pra casa o bolo e os doces da festa cruzmaltina. Esse convidado já esbanjou mais fidalguia em tempos remotos. Quem te viu quem te vê, aristocrata que és, tendo como pano de fundo os belos vitrais, importados da França, nas Laranjeiras.

Dos quatro clubes que chegaram para o mata-mata, o tricolor era o de menor aproveitamento com 13 pontos (61%) contra 21 pontos (100%) do Vasco e 15 pontos (71%) do Flamengo e Botafogo. Como torcedor e conhecedor do modus-operandi rubro-negro, prefiro esse sistema, que não privilegia a regularidade a qual obriga os clubes a se organizarem, uma praia que, historicamente, não é a do Flamengo. Porém, tal preferência não me convence que os pontos corridos não façam justiça, premiando quem trabalha com seriedade, métodos e disciplina ao longo da competição, além de trazer esses respectivos valores para a vida cotidiana da instituição, o que certamente reflete positivamente em todos os segmentos de atuação do clube, embora haja quem dentro da Gávea tenha ojeriza a tais conceitos, optando pelo "agora vai", "deixa comigo", "vamos nessa", embustes do famigerado jeitinho brasileiro, o que leva ao velho e amaldiçoado jargão "o jeitinho abunda e o barco afunda".

Estadual que segue em paralelo com a Libertadores e com o Flamengo exalando velhos vícios na renovação e formação do seu time de futebol, agora sob o comando de um treinador vitorioso na primeira e menos importante competição, a qual todos sabemos que não se modificou para adaptar-se aos novos tempos, respirando ainda os ares dos anos 1960 e 70, parado no tempo como um trem da antiga Estrada de Ferro Leopoldina arrastado por uma "Maria Fumaça", seu apito e barulho sobre os trilhos, fazendo parte da trilha sonora que embalava as conquistas das Copas do Mundo de 1958 e 62, tendo ainda passageiros pendurados em seus balaustres metálicos, horizontais, utilizados a fim de permitir a movimentação dos seus maquinistas e mecânicos.

Vejam que esdrúxulo depois de toda experiência que já acumulamos: sem querer entrar, no momento, em méritos técnicos, para a partida de logo mais contra o Boavista, abrindo as portas da Taça Rio, dois garotos devem começar jogando, Galhardo e Muralha. Galhardo em função da contusão do Leo Moura e Muralha graças à fratura do pé esquerdo do volante Aírton. Não é uma beleza de planejamento para o Flamengo do amanhã? As circunstâncias vão ditando as necessárias mudanças, ou seja, surgiu o fogo, corre-se para apagá-lo com o extintor instalado numa parede mais próxima das mãos. Depois do jogo, se os meninos se saírem bem voltam para o banco de reservas onde serão acomodados para verem os donos do time atuarem ou para suas casas como vinha acontecendo desde a chegada do mestre Joel Santana e, se jogarem mal, que sigam nos juniores esperando 2013, que está logo ali, ou ainda, que aguardem novos abalroamentos com vítimas entre os medalhões.

Com a injusta convocação do Ronaldinho Gaúcho para a mambembe seleção de Mano Menezes, Renato Abreu distribuirá as cartas alçado à condição de capitão do time, o que pouco importa, já que o que tem importância negativa é a titularidade imerecida de seus pés desajustados para dar um passe certo numa distância superior a 2 metros, enquanto Thomás, Adryan, Luiz Antonio e outros jovens valores estarão curtindo o jogo, provavelmente, pela TV, no "a gente se vê por aqui".

Enfim, que ganhe o Flamengo sempre.

SRN!