segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Era Uma Vez um Título...

Buon Giorno, Buteco! Nada pior do que iniciar uma semana com nossas esperanças de título indo por água abaixo, não é? Bem, eu já fui e voltei nessa estrada da esperança pelo sétimo título brasileiro, mas dessa vez parece ser tarde demais até para os mais esperançosos e otimistas. Lembrando-me da coluna da semana passada, o jogo de ontem, contra o Coritiba, era de um gênero muito parecido com o do Grêmio, no Olímpico, claro que sem o apelo emocional do primeiro encontro do Ronaldinho Gaúcho com sua torcida. Um jogo no Sul do país, contra um adversário que pressiona a partida inteira, que marca no nosso campo boa parte dela, e que marca forte, muito forte. E mais: um adversário que não era derrotado pelo Flamengo há muito, muito tempo, mais de uma década, e que vinha de pelo menos seis vitórias seguidas em seu estádio contra o Mais Querido. Eu mencionava o quanto era "incompatível" com as características de uma partida como essa escalar o Renato Abreu como volante. Não se trata de implicância, de gostar ou não do futebol de um determinado jogador, mas de simplesmente enxergar o óbvio. Pena que o óbvio se revelou como realidade insofismável logo no primeiro tempo da partida.


O Coritiba chegou ao resultado pelo lado esquerdo da defesa do Flamengo. Óbvio. Por lá estavam dois jogadores com mais de trinta anos que, a rigor, não poderiam estar com contratos em vigor com clube e nem muito menos sendo escalados como titulares em partidas decisivas. Aliás, se eu fosse o Júnior César, ao constatar que a proteção à zaga e ao lado esquerdo da defesa seria feita pelo Renato Abreu e a cobertura pelo Ronaldo Angelim, eu interpelaria o "Professor", o nosso Destreinador, na bucha: "Quer me foder, me beija!", como no filme Tropa de Elite 2.


Bem, erros acontecem, certo? A repetição incansável deles é que se mostra patológica e desfia a psiquiatria. O Destreinador do Flamengo, numa atitude covarde e reveladora da necessidade provar a todos que suas ideias fixas estão certas, jogou a responsabilidade pelo placar em cima do jovem Thomaz, que não jogava menos do que qualquer outro dos mais velhos (alguns idosos) que estavam em campo com o Manto Sagrado, incluindo seus companheiros de setor ofensivo Ronaldinho Gaúcho (péssimo), Thiago Neves (abaixo da crítica) e Deivid (medonho), sem contar o Leo Moura, que ontem fez uma das suas piores partidas do ano.


Mas com o Destreinador é assim: enquanto outros treinadores rezam para revelar jovens talentos e que eles façam mais e mais boas partidas para se firmar, o nosso faz o contrário: reclama se eles jogam bem cinco partidas seguidas, pois isso dificultaria "segurá-los". Talvez por isso o volante Muralha, após levar o Flamengo à inesquecível vitória domingo passado contra o Cruzeiro, não tenha sequer sido relacionado para o banco de reservas. Muito provavelmente ajudou também o fato do objeto de uma das ideias fixas e obsessivas do Destreinador, o insubstituível Renato Abreu, ter reclamado publicamente da sua titularidade haver sido questionada.


Pouco importa se Renato Abreu falhou no primeiro gol ao permitir o cabeceio do adversário após a cobrança do escanteio; é irrelevante se simplesmente deixou o adversário passar batido por ele no lance do segundo gol; não é sequer objeto de consideração o fato de não ter jogado absolutamente nada no segundo tempo ao ser adiantado para "armar o jogo", e nem tampouco contam seus atos de indisciplina em campo, urrando com o árbitro e desferindo cotoveladas no adversário, pelo que poderia ter sido expulso (novamente, por sinal). Renato Abreu, com o Destreinador, sempre será titular no Flamengo, mesmo que sua presença em campo prejudique o time, como prejudicou na partida contra o Grêmio e novamente ontem, contra o Coritiba. Tal como ocorreu na partida contra o Grêmio, até mesmo Aírton foi sacado do time para que ele pudesse continuar em campo desfilando o seu futebol completamente improdutivo.


O bom futebol, representado pela boa qualidade técnica, pela velocidade, pela jovialidade, pela renovação trazida pela geração vencedora da Copa São Paulo de Juniores/2011, e que vem correspondendo dentro de campo, foi derrotado ontem pelas decisões tomadas pelo Destreinador do Flamengo. O símbolo dos tempos que vive a Gávea foi sintetizado e exemplificado pela saída do menino Thomaz para a entrada do notívago e indisciplinado Willians.


Peço aos amigos do Buteco que pensem e reflitam sobre como serão mais DOIS ANOS de Renato Abreu como titular absoluto e inquestionável na Gávea. A quem interessa a renovação desse contrato?


Outras considerações


Dois lances poderiam ter mudado o destino da partida no primeiro tempo. No primeiro deles, Deivid, que teve uma atuação medonha, chegou atrasado e não alcançou a bola com o gol vazio. Visivelmente não acompanhou o tempo do lance. A partida então apenas começava. Posteriormente, o lance do pênalti, claríssimo, cometido no Ronaldinho Gaúcho, ignorado pelo árbitro.


Contudo, não há como jogar a responsabilidade da derrota sobre o árbitro. Salvo engano, o "scout" contabilizou doze finalizações do Coritiba contra uma do Flamengo. O Flamengo foi lento, previsível e sem qualquer objetividade. As substituições foram absolutamente catastróficas, pois o Destreinador, além de não escalar os jogadores com mais pegada, técnica e saúde para a partida, optou pelos medalhões inclusive após as substituições, deixando o time ainda mais letárgico dentro de campo.


O Flamengo, ontem, foi atropelado por um time de jogadores desconhecidos e bem barato, porém muito melhor armado e posicionado dentro de campo.


Independentemente disso, é triste ver como jogaram mal atletas que ganham altos salários e de quem se esperaria um rendimento bem superior. Do Renato Abreu eu já falei bastante, mas, por questão de justiça, gostaria de registrar novamente minha indignação com as péssimas partidas do Ronaldinho Gaúcho, do Thiago Neves, do Deivid e do Leonardo Moura.


As chances de título se foram. Doze pontos restam e estamos a seis do líder. Considerando as decisões tomadas pelo Destreinador nos últimos jogos, até mesmo a vaga na Libertadores é objeto de preocupação.


Quarta-feira, contra o Figueirense, adversário que vem de seis vitórias seguidas, voltaremos ao losango?


Bom dia e SRN a todos.