segunda-feira, 20 de junho de 2011

E Abre-se a Janela...

Buon Giorno, Buteco! 20 de junho de 2011, abre-se hoje a chamada "janela de transferências", que permitirá negociações entre clubes e atletas atualmente com vínculo ou com vínculo recém encerrado no exterior até o dia 20 de julho de 2011. É lugar comum entre os torcedores do Flamengo, inclusive aqui no Buteco Querido, que o time precisa de alguns reforços. Particularmente, penso que as necessidades vão além dos reforços: o Departamento de Futebol precisa também de algumas atitudes. Vamos primeiro aos reforços:



Zaga - partindo da premissa de que o Ronaldo Angelim não tem mais condição de jogar e que foi, tal como o Petkovic, "agraciado" com o atual contrato por sua participação decisiva no Hexacampeonato de 2009, eu contrataria DOIS zagueiros porque acho que David Braz e Welinton não estão preparados para a titularidade, para sequências maiores de jogos. São aquele tipo de jogador ao qual costumo me referir como o que "gasta tudo" em uma, duas ou no máximo três partidas. Podem subir de nível? Acho que podem, desde que trabalhem. Em toda profissão o progresso depende do esforço individual do trabalhador. Hoje, porém, não passam de dois patetas. Deixo claro, contudo, que, até os reforços terem condições de jogo, eu ainda tentaria uma última cartada com o Angelim, até para ter certeza de que precisamos de um ou de dois.


Ataque - constatada a inutilidade de Deivid e Wanderley, a dupla do horror, e estando Diego Maurício em plena fase de "prova de fogo" e na iminência de se afastar para servir à seleção brasileira sub-20, meus caros, nós precisamos de no mínimo DOIS atacantes e, se o Diego Maurício for negociado (algo sobre o que se especula desde o início do ano), de TRÊS.





Então, temos o seguinte panorama: até a janela "fechar", a realidade atual para enfrentar a seguinte sequência: Atlético/MG (c), América/MG (f), São Paulo (c), Fluminense (f/n) e Palmeiras (f). Portanto, só clássicos, à exceção de um pequeno. Depois, a partir do jogo contra o Ceará (c), no dia 23 de julho, o Flamengo enfrentará o restante da competição sem qualquer possibilidade de se reforçar com jogadores vindos do exterior.



É tempo, portanto, de reflexão: o trabalho a ser efetuado nas contratações precisa ser cirúrgico, preciso. Não é momento de idiossincrasias, de vaidades pessoais, de birras com empresários ou jogadores; é hora de pensar no Flamengo e no que acontecerá até o final do ano; de medir bem as consequências dos próprios atos.



Bem, mas no início do texto eu falava a respeito de atitudes e eu realmente acho que o Departamento de Futebol do Flamengo anda precisando de algumas delas. Não vou me repetir a respeito do que penso a respeito do manager/treinador, pois já expus a minha opinião na quinta-feira passada. Essas atitudes serão o tema da segunda parte da coluna.



Ronaldinho, o 0x0 e as vaias



As notícias, cada vez mais frequentes, de que a desenvoltura de Ronaldinho Gaúcho na noite carioca é inversamente proporcional a que apresenta dentro de campo com a camisa do Flamengo começou a incomodar bastante a torcida do Flamengo. Ele que se cuide porque está brincando com fogo. Mas e o Manager, a Diretoria, a Comissão Técnica, enfim, o que os diversos órgãos e setores do empregador estão fazendo neste momento para alterar esse quadro, se é que estão fazendo?



Bom, eu começaria com uma palavra que nenhum jogador que atinge o estrelato do Ronaldinho gosta: R E S E R V A. Sim, porque ele não está jogando absolutamente nada. Não sou tolo e sei que não é fácil romper um contrato como o que foi celebrado com ele e, portanto, não se trata de uma questão de simplesmente dispensá-lo; entretanto, o empregador pode exigir de seu funcionário que tem a remuneração mais alta melhor rendimento. É hora, portanto, de aumentar o grau das exigências e da pressão.



O problema é que o treinador do Flamengo parece ser excessivamente apegado aos jogadores mais famosos do elenco. Tome-se o exemplo do Renato Abreu: é perceptível a sua condição de "insubstituível" no elenco. Aconteça o que acontecer, o Renato Abreu não é substituído, nem quando merece, nem quando é preciso pelas circunstâncias do jogo, afinal de contas não se trata de um jovem. Um treinador com esse perfil tem condições de tomar as atitudes necessárias em relação ao Ronaldinho Gaúcho?



Outro exemplo: o jogo de ontem, sobre o qual pretendo falar o mínimo possível, até porque há pouco a ser falado, convenhamos. O Ronaldinho Gaúcho não jogou nada, absolutamente nada. E que substituição foi aquela aos 42/43 minutos do segundo tempo? Qual foi a sua finalidade? Expor o jogador às vaias? Isso ajuda exatamente em qual aspecto? E, se foi para essa finalidade, por que o Thiago Neves, que não tem nada a ver com o assunto, foi exposto também? Se o objetivo foi melhorar o time, por acaso o treinador está com algum "delay" nas atividades cerebrais, que o impede de perceber que a substituição teria que ter sido feita no intervalo, pois era o Ronaldinho que deveria ter saído e não o Diego Maurício, que tinha mais condições de correr e explorar os contra-ataques? Quer dizer que o Ronaldinho Gaúcho pode cair na gandaia, se arrastar dentro de campo, tecnicamente ser a opção correta para a substituição, que mesmo assim será mantido? Já vimos esse filme antes em relação ao Bottinelli, certo? O pior é que a atuação de ontem do Ronaldinho foi até elogiada pelo treinador.



Esse elogio pode não fazer sentido, mas tem uma provável explicação na inexplicável escalação do Ronaldinho como centroavante, numa recaída do treinador em tentar uma alternativa que fracassou no campeonato estadual. E fica a pergunta: por que o Diego Maurício, mesmo quando começa uma partida, não pode ser testado como centrovante, mas o Ronaldinho pode?



O que me deixa bastante preocupado, nisso tudo, é que o manager e o treinador são a mesma pessoa e os dois, digo, essa pessoa é hoje responsável pelas contratações durante a janela. As suas decisões definirão se o futuro repetirá o presente e o passado.



Patrick Selener



Assoberbado pelo volume de trabalho, o nosso amigo Patrick Selener avisou que não poderá mais contribuir com sua coluna toda segunda-feira. Fica o agradecimento do Buteco do Flamengo e o desejo de que esteja sempre conosco tomando essa gelada virtual que nos une em torno do Mais Querido.



SRN irmão!



Bom dia e SRN a todos.