sexta-feira, 27 de maio de 2011

Mea culpa, mea máxima culpa


Como todos sabem, na hora de “meter o pau” todo torcedor está pronto. As vezes basta uma única jogada para marcar um jogador para sempre, criando uma “antipatia” que custa muito para ser esquecida. O próprio R10 andou ouvindo um pouco das vaias vindas da torcida, e isso porque ele não estava acertando seus passes e lançamentos, nem dá para dizer que ele estava fazendo alguma burrada homérica. Mas tem hora em que precisamos por a mão na consciência e nos “arrependermos de nossos pecados”.

Desde a primeira passagem do nosso bravo Renato Canelada Urubu Atômico pelo Mengão, que tenho escrito contra a escalação dele como titular, contra a lentidão dele no meio campo e contra a ocupação indevida de uma vaga no time, que deveria ser de um jogador criativo.

Sempre reconheci o mérito dos gols que nos salvaram em boa hora, sempre achei que ele se destacava pela vontade e pela raça, mas a sua saída de bola, quase sempre para o jogador ao lado, me tiravam do sério e não compensavam, a meu ver, os raros acertos em campo. Cheguei a fazer um texto pedindo ajuda para entender qual era o mistério que fazia com que vários técnicos que se sucediam no Flamengo o deixassem como titular, sem nem mesmo testar outras opções na posição.

Quis o destino que a saída involuntária de um volante classudo, o Maldonado, acabasse por “arrumar” o time. A mexida provocada pela saída do chileno serviu como um “freio de arrumação” desse bonde. Para quem não conhece a expressão, vale explicar que os motoristas de ônibus, quando viam o seu coletivo com muita gente aglomerada em um só pedaço do ônibus, atrapalhando o trânsito dos passageiros e as vezes a própria entrada de passageiros novo, metiam o pé no freio abruptamente, criando um vai e vem que acabava por distribuir os passageiros de uma forma mais espalhada e resolvendo o “problema”. Pois a saída do Maldonado, e o consequente recuo do Renato para a posição de volante, simplesmente deu uma nova feição ao time. Primeiro, porque passamos a ter um volante a menos, abrindo espaço para um meia criativo, que é o Pollo. Não fazia sentido ter R10, Thiago Neves e Bottineli e não escalarmos os três juntos. Com a nova função, o Willians passou a ser só marcador mesmo, que é o que ele sabe fazer melhor, e o Renato passou a fazer um papel de válvula de escape para as bolas recuperadas pelo Willians. Tão simples que deu certo ?

Não sei se os amigos estão familiarizados com os ritos da Igreja Católica, mas existe um momento da missa em que o padre comanda um reconhecimento de culpa, com os fiéis batendo três vezes no peito e recitando “minha culpa, minha culpa, minha máxima culpa”. Apesar de estar no devedor com a Igreja, pelo pouco que a frequento, é este o processo que eu estou propondo aqui. Ainda que nas vezes em que eu falei eu ainda ache que tinha razão, o fato é que o Urubu Rei mudou a sua maneira de jogar. Não só ele passou a errar menos passes, como passou a jogar VERTICALMENTE. Não sei se o fato de ele se desobrigar da necessidade de ser um “meia criativo”, ou se ele simplesmente encontrou o seu posicionamento correto em campo, o fato é que eu revi o jogo e pelo menos em 5 ou 6 oportunidades o nosso URUBU REInato pegou a bola e partiu para a frente, tocando e recebendo, e acertando a maioria dos passes. A ponto de que hoje eu já considere que quem quiser o lugar dele tem que ganhar a posição nos treinos, se esforçando muito.
Urubu Rei, continue assim e eu juro que só falo de você para te elogiar ! Palavra de torcedor !!!!!