segunda-feira, 11 de abril de 2011

O Bonde Que Não Encanta

Buon Giorno, Buteco! Substituo hoje o Patrick, que está em viagem de férias, e espero manter o nível da coluna. Num golpe de pura sorte, acho que o Flamengo facilitou a minha tarefa, pois não há muito o que falar sobre tática, já que a partida foi das mais enfadonhas que já vi em toda a minha vida. Uma partida sem oportunidades de gol, ou melhor, com duas, convertidas por Thiago Neves, e só. Nada mais. Por acaso algum de vocês ouviu a torcida se empolgando, jogando com o time? Eu não. Somente no final, após o segundo gol, foi possível perceber a festa. Antes disso, nada mais do que o barulho normal de estádio. A verdade é que o Flamengo pode ser o "Bonde Sem Freio", invicto, até aqui com uma campanha histórica, mas em contrapartida esse bonde não encanta, não conquistou, não está no coração da torcida. E, pelas contratações que foram feitas, não dá para negar que há um sentimento de frustração no ar, embora o torcedor não queira manifestá-lo por conta dos resultados na campanha até aqui.


É claro que nem tudo foi ruim. O simples fato do Botafogo não ter criado chances de gol, mesmo quando pressionou, é sinal de que o sistema defensivo foi sólido, compacto. Os gols de Thiago Neves mostram, principalmente se buscarmos os gols que ele tem marcado nas outras partidas e as outras bolas que não entraram mas que ele concluiu, que encontramos um artilheiro. Sempre escrevi que um time precisa ter artilheiros, se possível dois ou três (inclusive na última vez mostrei no sábado o exemplo do Coritiba), e agora temos pelo menos um. Alvíssaras!

Mas o que falta para esse time encantar, para conquistar a torcida?

Amigos, sem querer ser repetitivo, sigo com a mesma opinião de antes e a cada jogo ela apenas se reforça. Se o título vier, com esse futebol que vem sendo jogado, ela não se alterará: temos três volantes dos quais apenas um tem bom passe - aliás, Maldonado distribuiu ótimos passes ontem e foi excelente na marcação. Fazia tempos que não atuava tão bem. Essa questão realmente dificulta muito a fluência de jogo do time, impede que o jogo seja vertical (pra frente), rápido.


Agora, porém, parece ser tarde para mudar algo antes das finais do Estadual. Vejam bem: passou-se a tal "intertemporada" em Atibaia, a qual por sua vez sucedeu três semanas sem jogos nas quartas ou quintas-feiras, e a única mudança siginificativa que vimos na equipe foi o sistema defensivo mais compacto. Nada mais. Na parte ofensiva, o time continuou rigorosamente o mesmo, amarrado, preso, criando pouco. Devemos os gols a duas jogadas isoladas, a primeira nascida de uma tabela entre Rodrigo Alvim e Renato Abreu, com o cruzamento do Renato, e o segundo de uma fantástica jogada individual do Léo Moura, que culminou com um belíssimo passe. Ambas foram completadas com exuberante categoria por Thiago Neves em noite inspiradas.


Sabemos e já constatamos que nem todos dias e noites são assim, mas agora é tarde para pedir mudanças, ao menos para o Estadual.

Estou exagerando ao expressar minha decepção? Creio que não.


De minha parte, doravante passarei apenas a torcer, sem cobrar as tão desejadas mudanças táticas, pois nada mais resta nessa reta final. Acho que esse título o Flamengo vai levar. O caminho da Copa do Brasil é mais longo e o Flamengo não pode se iludir achando que a visão do Horizonte é tranquila.

Bom dia e SRN a todos.