segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Bem Vindo, Thiago Neves!

Bon Giorno, Buteco! Bem, o que dizer do jogo de ontem? Para resumir, no primeiro tempo com uma exibição consistente, com ampla superioridade sobre o adversário, enquanto na maior parte do segundo houve uma pane. Acho, porém, que o mais importante para nós, rubro-negros, foi a atuação, destacada, de um jogador, contratado a peso de ouro, que em alguns ainda despertava alguma suspeita com relação ao seu rendimento. Refiro-me ao Thiago Neves. O cara jogou demais!

Alguns poderiam argumentar que ele não fez mais do que a obrigação, considerando o alto salário, mas penso que a readaptação ao futebol brasileiro, quando se vem do Oriente Médio, onde se treina pouquíssimo, devido às extraordinárias condições climáticas locais, realmente demoraria mais tempo; contudo, o que se viu foi, logo na segunda partida, uma atuação destacada, com muita desenvoltura. Thiago Neves, na realidade, tomou conta do meio de campo e da partida, seja demonstrando grande consciência tática, roubando bolas na intermediária ou no meio campo adversário, seja com movimentação em vários setores do meio e do ataque, sempre dando opções e excelentes passes aos companheiros. Foi assim que possibilitou ao Renato Abreu o belíssimo lançamento para o segundo gol, dele próprio - Thiago Neves.


Pois para mim esse domingo, contra o Vasco, foi a verdadeira estreia do Thiago Neves. E não posso fazer outra coisa senão dar-lhe as boas vindas e os parabéns pela sua estreia de gala, com um golaço que coroou a merecida vitória rubro-negra.


O Jogo


Como não poderia deixar de ser, gostei do primeiro tempo. Vi o time se movimentar bem, variar o jogo, ser consitente. Pela direita o Leo Moura foi muito bem, ajudado pelo Thiago Neves, que caia por lá ou pelo meio, enquanto na esquerda o Egídio fugiu de seu "lugar comum" e fez uma partida sólida, segura, iniciando a jogada do primeiro gol, inclusive. O Renato Abreu teve uma atuação mais concentrada na parte defensiva e por isso foi discreto no apoio, o que levou o Flamengo a não aproveitar a avenida que tinha no lado esquerdo. É uma pena, pois ficou parecendo que o Fágner (Who?) acabou sendo superestimado.


Embora o Vasco tenha tentado articular jogadas ofensivas, a verdade é que o Felipe não trabalhou no primeiro tempo; foi a defesa cruzmaltina que teve com o que se preocupar. Com o setor defensivo seguro, o setor de criação em tese estava livre para produzir, porém apenas Thiago Neves demonstrou desenvoltura, tendo o Vander jogado bem alguns minutos e depois sumido do jogo. Mesmo assim, os dois gols foram marcados naturalmente e, se o Flamengo tivesse forçado, teria saído para o intervalo com uma vantagem ainda maior. No segundo tempo, com o grande destaque, o Thiago Neves, sendo substituído, o Flamengo perdeu o seu brilho, situação agravada ainda pela acomodação prematura dentro da partida.

Quanto às substituições, se há controvérsias a respeito da titularidade do Deivid no ataque, é inegável que ele havia feito o seu gol e estava numa boa noite (chutou uma bola no travessão no início do segundo tempo). Aliás, a verdade é que o Luxemburgo poderia ter previsto que, como iniciou a partida com três jogadores no meio que poderiam cansar - Renato, com 32 anos; Thiago Neves, recuperando sua forma física, e Maldonado, fazendo sua primeira partida no ano -, a queda de rendimento do setor era previsível; daí não ter feito sentido a substituição de um centrovante por outro dentro de tal contexto.


Apesar disso e a bem da verdade, é preciso destacar que o Luxemburgo enxergou o problema que existia no meio campo e tentou revigorá-lo com as entradas do Marquinhos e do Fierro, mas a verdade é que o domínio do Vasco da Gama talvez tenha sido o alterta que precisávamos para ver que, sem as estrelas que contratamos, o nosso meio de campo talvez não seja tão diferente do que o do atual lanterna do nosso grupo.


A Meia Cancha

Como já havia comentado aqui no Buteco, ansiava por essa partida porque não tinha dúvida alguma de que os atletas do Vasco da Gama entrariam com disposição redobrada, conscientes de que uma vitória contra o maior rival ajudaria a diminuir sensivelmente a enorme crise em que afundaram o clube recentemente.


É o tipo de jogo em que os grandes jogadores se destacam e têm condições de se impor, não permitindo que adversários inferiores o façam em seu lugar. Foi o que fez o Thiago Neves. Porém, ver o Thiago Neves atuar de forma tão destacada acabou por demonstrar algumas limitações do elenco, as quais devem ser bem estudadas se o Flamengo realmente possui aspirações mais altas esse ano.


Parece claro para mim que jogadores como Vander e Marquinhos, por exemplo, se é verdade que possuem habilidade e potencial, não menos verdade é que não estão preparados para assumir a titularidade no meio de campo do Flamengo e nem ser escalados para uma sequência grande de jogos sem que isso prejudique o rendimento da equipe. No momento, não lhes cabe o papel de líderes ou de protagonistas, o que para mim ficou muito claro quando o limitadíssimo time do Vasco dominou o meio de campo durante significativa parte da segunta etapa, fato só ocorrido porque tais jogadores não se mostraram capazes de, sozinhos, sem a presença do Thiago Neves, sobrepujar tecnicamente o limitado meio campo vascaíno.


Claro, claro, acho justo não misturar situações como a do Vander e do Marquinhos, jogadores ainda muito jovens, com a de outros que já tiveram inúmeras chances, como Fierro, Renato Abreu, etc. A verdade, porém, é que esses jogadores, para merecerem oportunidades reais em partidas mais importantes, terão que demonstrar maiores regularidade e efetividade quando forem exigidos.


Quarta-feira

Quarta-feira teremos o Ronaldinho Gaúcho em campo, na tão aguardada estreia. Que o Dentuço já chegue arrebentando e nos trazendo muitas felicidades.


Bom dia e SRN a todos.

PS.: O Patrick viajou a trabalho e retorna semana que vem a esta coluna de segunda-feira.