sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Voleibol feminino e mais história....

( a imagem não está muito boa, mas tem a narração de Valdir Amaral)

Os amigos do Buteco que me desculpem, mas preciso fazer um parênteses no assunto futebol. Neste sábado, as 7 da manhã, tem jogo da Seleção Feminina de Vôlei, na disputa semifinal do campeonato mundial. Para quem não teve oportunidade de ver esta seleção jogar, principalmente pelo fato dos jogos terem sido de madrugada, recomendo. Poucas vezes um time de vôlei chegou no nível técnico que esta seleção alcançou. O jogo contra a Alemanha, nesta semana, foi simplesmente um dos maiores espetáculos de vôlei que eu já vi acontecer. A Natália é o Pelé do voleibol. Defende, ataca, saca, e passa com uma perfeição absurda. Além de belas mulheres, Jaqueline e Sheyla estão jogando como nunca. A “baixinha” Fabi tem conseguido salvar bolas que pareciam já ter encostado no chão da quadra. Thaísa e Fabiana conseguem completar jogadas que qualquer um julgaria impossível. A perfeição da sequencia defesa-levantamento- ataque é de encher os olhos de qualquer um. Dá uma certa inveja do nosso Mengão não ter esta qualidade de jogadas que o vôlei feminino está mostrando. Fica a dica e vamos voltar ao assunto nosso de cada dia, que é o futebol do Mengão.

Mas, como todos os nossos comentaristas já estão esgotando os assuntos do time atual, e tendo em vista que no sábado enfrentaremos o Galo de Minas, resolvi falar sobre uma disputa histórica contra este time, que foram as finais do primeiro campeonato brasileiro vencido pelo mais querido, em 1980. As informações, novamente, vem do livro “Acima de tudo rubronegro” que eu já citei na semana passada.

Em 1980 o Flamengo completou o time que venceria o Brasil, a América e o Mundo no ano seguinte, trazendo o zagueiro Marinho do Londrina. O Flamengo começou o ano sem Leandro, que havia sofrido um acidente automobilístico e contratou Carlos Alberto para a reserva do bom baiano Toninho. Em 30 de marco, com apenas 18 minutos de jogo, a estréia de Nunes é abençoada com um gol contra a Ponte Preta, dando tranqulidade à torcida que ainda lamentava a saída de Cláudio Adão. Formado o timaço que com pequenas alterações seria o grande time da história do Flamengo, fomos atropelando os adversários até a final contra o Atlético, com o segundo e decisivo jogo acontecendo em 1º de junho. Com direito, por exemplo, a uma goleada de 6 a 2 no Palmeiras que havia nos tirado do campeonato no ano anterior. Uma curiosidade histórica : Depois da primeira fase, o Flamengo se classificou para a fase seguinte ganhando de 3 a zero do Bangu (3 gols de Tita) numa partida que serviu de preliminar para um jogo do Vasco que marcou o retorno de Roberto Dinamite, depois de um passagem sem brilho pelo Barcelona. O curioso é que o valor pago pelos dirigentes vascaínos foi maior do que o valor de venda, porque o Flamengo, através de Marcio Braga, tentava contratar o jogador para fazer dupla com Zico no Flamengo. Desesperados, os vascaínos fizeram um “negócio de português”. Antes que me corrijam os politicamente corretos, peço que olhem meu sobrenome, que não nega as origens…

Na semifinal, o Flamengo faz um jogo histórico contra o Coritiba, virando um jogo em que chegou a estar perdendo de 2 a zero e acabou ganhando de 4 a 3, mas que custou uma saída por contusão de Zico e Julio César. Os mesmos que desfalcariam o Flamengo no primeiro jogo da final contra o Galo, no Mineirão. O jogo acabou 1 a zero para os mineiros, mas a jornada foi histórica. Chicão e Palhinha bateram tudo que podiam e não podiam bater nos jogadores rubronegros. A coisa chegou ao climax quando Rondinelli, caído, recebeu um chute que fraturou sua mandíbula. Romualdo Arpi Filho não marcou nem a falta. Logo na saída de bola o Atlético fez o único gol da partida. Na arquibancada, pau puro. Não só a torcida mineira brigava, como a polícia, ao invés de proteger os visitantes, baixava o sarrafo nos torcedores rubronegros. A volta ao Rio foi carregada da esperança de uma vitória no Rio que vingaria não só a torcida como a fratura criminosa sofrida pelo Deus da Raça, o eterno Rondinelli. Que, aliás, escreveu do hospital uma mensagem para o time, lida por Claudio Coutinho no intervalo do jogo, e que foi mais uma motivação para a equipe, que terminou o primeiro tempo de um jogo duríssimo, ganhando de 2 a 1, com gols de Nunes e Zico. Vale lembrar que o time do Atlético tinha João Leite no gol, e os “selecionáveis” Luisinho na zaga, Toninho Cerezo, Éder, Paulo Isidoro e Reinaldo. Reinaldo, aliás, teve uma grande atuação, e mesmo capengando e jogando com uma perna só depois dos 12 m do segundo tempo, fazia uma grande partida, não só fazendo o primeiro gol do Atlético como empatando o jogo aos 21 do segundo tempo. Até que veio o gol salvador de Nunes, numa jogada em que ele primeiro tentou cruzar, a bola voltou e ele, depois de um drible, enfiou a bola entre a trave e o goleiro, em uma ângulo aparentemente impossível de se fazer o gol. Festa indescritível, e para muitos, o maior foguetório que o Maracanã já viu, ainda que parte dele dirigida à torcida mineira presente… Só para terminar, Zico foi o artilheiro do campeonato, com 21 gols. Êita, saudade….