quinta-feira, 7 de outubro de 2010

A Nova Era Luxemburgo no Flamengo

Bom dia, amigos do Buteco! A semana trouxe esperança na Gávea pela terceira vez no ano. No início de 2010, houve a contratação do Vagner Love, que, numa escala comparativa, diria que foi a segunda de maior impacto; posteriormente, após o caos da eliminação confusa e cheia de trapalhadas da Libertadores, a volta do Zico, sem dúvida o ponto máximo de expectativa e euforia, e, finalmente, após a saída dele, e o profundo estado de depressão e desespero que causou, a volta de Vanderlei Luxemburgo ao Flamengo, que fica em terceiro nessa classificação de contratações, mas que, pelo que estou vendo entre os torcedores, está deixando a maioria satisfeita.




Declaro-me fã do treinador de futebol Vanderlei Luxemburgo; não do homem, afeto a assédio a manicures e... bom, é melhor deixar pra lá. O que quero dizer é que sou fã incondicional da forma pela qual os seus times jogam futebol dentro de campo. Em geral, cometem menos faltas do que os outros, têm um plano tático consistente na defesa, porém são extremamente ofensivos; as jogadas ensaiadas, várias por sinal, têm uma plasticidade que tornam o jogo bonito. Enfim, considero-o um baita treinador.

Quem acompanha o Buteco, contudo, sabe que apontei minhas dúvidas quanto à contratação pelo fato de ser voz corrente no meio futebolístico que Vanderlei tem, até alguma extensão, interesses tais nas trasferências dos atletas que poderiam atingir o lado financeiro. A bem da verdade, prova concreta nunca foi apresentada publicamente, o que também está muito longe de significar que não é verdade, todos nós sabemos, mas é certeza de que ninguém pode responsavelmente acusá-do disso. A preocupação, porém, para o torcedor, em discussões travadas em nível futebolístico e não judicial, ou seja, tendo como ponto o que um quadro como esse pode gerar dentro da união que idealmente deve existir dentro de um grupo de atletas de futebol profissional, é inevitável, especialmente porque, à medida em que Vanderlei foi ficando mais rico e mais empresário, e proporcionalmente menos treinador, foi conquistando menos títulos.

Alguns pontos dão-me alguma esperança de que isso, porém, ainda que exista, pode dar certo: a) ao que parece, a função de "manager" está prevista no contrato, e eu acho que as coisas, quando postas de forma transparente, "preto no branco", tendem a gerar menos conflitos; b) Vanderlei, após o recente fracasso, diga-se de passagem, retumbante, no Atlético/MG, reconheceu a necessidade de "reciclagem", o que significa nada mais, nada menos do que auto-crítica, reavaliar os próprios erros, e, antes que me perguntem, Vanderlei pareceu-me ser sincero ao falar; c) acho que ninguém desaprende como enxergar futebol ou montar um esquema tático; o que faz um treinador se tornar obsoleto, principalmente nos dias de hoje, com tanta informação disponível na internet e na televisão a cabo, é não acompanhar as mudanças que acompanham cada geração, inclusive de jogadores, e a forma pela qual é preciso conquistá-los como indivíduos e coletivamente, ou seja, como grupo; e isso Vanderlei parece ter percebido ao falar de reciclagem, meus amigos, e nele eu acredito; d) o CT improvisado, um ponto que parece ser singelo, mas ao meu ver é repleto de significado, incluído no contrato, o que mostra a determinação do treinador em marcar sua passagem pelo clube ajudando no processo de profissionalização de sua estrutura de trabalho para o futebol profissional e e) finalmente, as pretensões políticas que Vanderlei jamais negou possuir no Flamengo. O sucesso em sua última chance como treinador no clube com certeza pavimentará essa possibilidade para o futuro, ainda que não tão próximo, com a possibilidade (certo, advinda ainda de rumores) do Zico articular sua candidatura à Presidência do clube.

Ufa! Razões para o otimismo, então, é que não faltam. O grupo esse ano pode não ser aquele para disputar título, mas também não é para estar disputando o rebaixamento. Com um treinador de verdade, e não com estagiários ou aprendizes de quinta categoria, nessa reta final pode perfeitamente arrancar para uma posição mais digna para o atual campeão brasileiro.

O Jogo de Hoje.

Prefiro não dar maiores pitacos, afinal é a primeira partida e há muitos desfalques. Alguns deles, contudo, permitirão a observação de algumas experiências que parte da torcida gostaria de ver, como o Kleberson como volante, mais recuado, Willians como primeiro volante, Wellington na zaga e Petkovic mais avançado encostando nos atacantes, ao que parece desonerado de funções mais duras na marcação.

Embarcando na minha própria onda de otimismo, que tal ganhar dez seguidas e ver o que acontece, hein, Mengão?!



Nas Piscinas de Águas Escuras da Gávea...



A quem mais o canto da Sereia seduz?
Estaria a Sereia aguardando a próxima vítima ou agonizando à espera de um triste fim?

Tem ainda a sereia liderança ou é mero fantoche de seus afins?


Bom dia e SRN a todos.