quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Flamengo procura a si mesmo

"Quero ser analisado pelo que farei na função de diretor executivo do futebol do Flamengo. O meu passado é intocável com todo o seu brinlhantismo e conquistas dentro de campo, ninguém altera nem apaga o seu brilho". Este foi o sentido, com outras palavras, do que disse o Zico ao assumir há quase três meses as suas atuais funções no Flamengo.

O que andam dizendo nos blogs e comunidades a respeito das críticas feitas ao Galo não passa de patrulhamento chulo, interferência nas legítimas opiniões de quem tem o dever e o direito de tê-las. E devem fazê-las mesmo!

Modestamente, parabenizo os membros deste Buteco pelas críticas construtivas feitas ao Galo. Ele as quer, precisa e merece para o aperfeiçoamento de seus atos na atual condição executiva. Deixo para os companheiros do blog uma lembrança do inesquecível Geraldo Vandré: "Quem sabe faz a hora não espera acontecer".

Entrando em campo, agora, esta semana está difícil de passar até rolar a bola no jogo do Flamengo, contra o Ceará no próximo sábado, que pode ser um divisor de águas em relação às pressões no caldeirão rubro-negro em caso de um resultado que não seja uma vitória que aproximará o time do G-4 do bem. Entretanto, mais um resultado adverso, em pleno Maracanã, e a temperatura vai subir p'ra cima do Zico cujo controle de qualidade sofreu um apagão quando admitiu as contratações de Val Baiano e Borja, pelo que mostraram até aqui, e me levaram de volta no tempo para lembrar o que eu pensava havia deletado da memória recente, que era a melancólica figura do ataque formado por Roni e Obina. Juro por todos os juros que supus jamais ver coisa igual no Flamengo no futuro, que teimosamente chegou trazendo a triste lembrança da dupla de volta.

Depois daquela tempestade veio a bonança com a conquista do BR-09 e, mais adiante, com Love e Adriano. Hoje, o dito popular foi invertido e a tempestade veio após a bonança dando sequência ao ciclo, com Cristian Borja e seus traços de beque como se dizia antigamente, e Val Baiano a lembrar o R9, pela pança deste, mas sem a respectiva categoria do gorducho.

Leandro Amaral e o nosso antigo R11 são as esperanças do momento, não chegando a ser as soluções que o time precisa, porém, podem amenizar a sofreguidão do meio de campo p'ra frente e os maus tratos à bola cometidos pela infernal e atual dupla de atacantes, que descobriram os caminhos da Gávea driblando os critérios técnicos que sempre balizaram a vida do atual executivo do futebol. Coisas do ruim, feio e barato que ora dominam o futebol do clube que, num momento oferece R$ 700 mil/mês a Felipão e, num outro mais à frente, oferece nada ao Adilson Batista, optando por ficar com o estagiario, que até conseguiu armar bem a equipe no jogo com o time de San Janu e se mantém sempre satisfeito com os seus 43% de aproveitamento no atual Campeonato Brasileiro. "Estamos no caminho correto" é a sua frase-padrão. Correto em quê cara pálida? Talvez seja no ponto de pronto e maduro para tomar um atrasado pé nos fundilhos graças ao original pecado de Zico ao retornar ao Flamengo. Característica também do pé direito no céu e o esquerdo no inferno foi a proposta de R$ 22 milhões feita para a manutenção do Vagner Love no time, que não prosperou. E por que não paga logo os R$ 700 mil aos gregos para ficar em definitivo com o David?

Que senóide doida é essa que dirige os rumos administrativos-financeiros do clube nos dias de hoje? Pode ou não pode, vai ou não vai, quer ou não quer? Uma boa questão para ser desvendada ou estamos ainda nas mãos de empresários que determinam quem deve ou não deve ser contratado. Aí sim, deixam o Zico de mãos amarradas sem poder fazer o que acha que é o melhor para o Flamengo que, com certeza, é o melhor para a sua torcida.

PS. Peço desculpas aos companheiros por não ter sentado numa das mesas do Buteco nos últimos dias como gostaria de fazer, mas circunstâncias passageiras têm me impedido de participar mais intensamente, porém as missões são diferentes mas o espírito rubro-negro é o mesmo, permance imutável. Um abraço em todos e que sejam bem-vindos os novos participantes deste democrático espaço.

SRN!