domingo, 30 de maio de 2010

Faturamento e Dívida

Bom dia, amigos do Buteco. Neste domingo, para sair um pouco da monotonia das reclamações pela vaca atolada no brejo, digo, afogada na piscina, vamos falar um pouco sobre uma reportagem publicada hoje pela Folha de S. Paulo, em seu caderno Esporte, que trata do faturamento e das dívidas dos maiores clubes brasileiros.


Vou começar pelo faturamento, ou seja, pela grana que entra nos cofres dos clubes.



FATURAMENTO




Apesar de sermos, disparada, a maior torcida do mundo, o levantamento publicado pelo jornal paulista mostra o seguinte ranking de faturamento, em milhões de reais:

1º) Corinthians - R$ 181,00

2º) Internacional - R$ 176,2

3º) São Paulo - R$ 174,8

4º) Palmeiras - R$ 125,0

5º) Cruzeiro - R$ 121,3

6º) Flamengo - R$ 120,0

7º) Grêmio - R$ 110,9

8º - Vasco da Gama - R$ 84,8


DÍVIDA





Eis o ranking das dívidas, também em milhões de reais:


1º) Fluminense - R$ 329,3

2º) Vasco da Gama - R$ 327,4
3º) Botafogo - R$ 317,5
4º) Flamengo - R$ 308,3

5º) Atlético/MG - R$ 285,5

Devo confessar, primeiramente, a minha enorme decepção com o faturamento do Flamengo. Eis o principal tema a ser debatido nesta coluna: por que o Corinthians tem cerca de R$ 61 milhões (!) de faturamento a mais do que o Flamengo?

Pegando mesmo os números daquela pesquisa mequetrefe do Datafolha, é de se perguntar por que o Flamengo, com mais de 17% da torcida nacional, fatura menos do que o Cruzeiro (3% - !), o Palmeiras (6%), o São Paulo (8%) e o Internacional (3% - !), e apenas mais R$ 10 milhões do que o Grêmio (3% - !)?

Dado preocupante: segundo o Painel FC, do mesmo jornal, "Aliados do ex-presidente Márcio Braga no Flamengo dizem que o clube paralisou o trabalho de auditoria que elevou as receitas com produtos licenciados de R$ 300 mil, em 2008, para cerca de R$ 2,5 milhões nesta temporada. Temem que pode haver perdas."

Intriga política? Tomara!

A gestão da nova presidente precisa avançar neste tópico e não adianta estacionar no que já foi conquistado pela gestão anterior - substancial aumento nas cotas de patrocínio, desvinculando-se do vetusto patrocínio com a "Petrossauro". Será preciso explicar a ela que, com natação, ginástica olímpica, basquete ou ginástica rítmica isso não será possível, mas sim com o futebol profissional? Será????

Finalmente, a respeito da dívida, surpreende muito o Flamengo estar devendo menos do que os outros três maiores clubes do Rio de Janeiro. Vejam bem, é claro que o quadro tinha que se alterar um pouco com o aumento dos valores recebidos a título de patrocínio, especialmente pela venda de espaço na camisa do futebol; contudo, apesar de já haver se tornado um lugar comum que o futebol do Rio precisa rever os seus conceitos, o certo é que apenas o Flamengo parece ter avançado no quesito gestão, ainda que num ritmo distante do ideal, e começa a se distanciar dos demais. O certo é que, se o quadro continuar o mesmo, a médio e longo prazo só haverá um clube realmente grande no Rio de Janeiro, se é que já não é o que acontece, não é mesmo?

Sugestões, ideias para nos aproximarmos e mesmo superarmos os grandes do país, e não estarmos próximos da mediocridade dos demais "grandes" cariocas, é o que será bem vindo para uma gestão da presidência do Flamengo que, ao que parece, gosta mais de esportes amadores do que do futebol profissional.

Bom domingo a todos.




Faltam "só" dois anos, seis meses e vinte e seis dias para acabar esse suplício...