segunda-feira, 30 de maio de 2016

Vibrações Positivas

Salve, Buteco! E não é que o Mais Querido, em quatro jogos disputados nesse Brasileiro/2016, está com pontuação de G4 e a três pontos do líder? Na vitória de ontem contra a Ponte Preta o que me deixou feliz não foi a quebra do "tabu" contra o adversário e nem a postura tática do time, onde sinceramente ainda não vi evolução comparado ao que o time dirigido por Muricy Ramalho chegou a apresentar esse ano em algumas oportunidades; foi a postura dentro de campo: recusar-se a perder; virar o placar adverso; dividir todas as bolas com mais de um jogador disputando-a a cada lance; vibração dentro de campo com cada jogador terminando os 90 (noventa) minutos e descontos com plena dedicação. O Flamengo ontem me fez vibrar, algo que realmente não ocorria há muito tempo. Percebam que é diferente de jogar em alto padrão de qualidade tática ou técnica; refiro-me a jogar com vibração, à chamada "entrega" por parte dos jogadores dentro de campo, à postura que sempre fez a Maior do Mundo incendiar os estádios Brasil a dentro e a fora. Pois ontem, no momento mais adverso, com um a menos dentro de campo por injusta e extravagante expulsão de Fernandinho por parte de Anderson Daronco, pôde-se ouvir nossa torcida ecoando o grito de guerra "Meeeengoooooo" em pleno Moisés Lucarelli, calando a torcida local. A sintonia voltou. A sinergia também, e é resultado direto da postura dos jogadores dentro de campo, algo que sempre encontrou resposta imediata nas arquibancadas.

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O que faltou para essa vibração acontecer sob a batuta de Muricy Ramalho? A demora para "limpar" o elenco de "lideranças" como Wallace e Paulo Victor e a impressão de que existiam "panelas"? A saída do rabugento Jayme de Almeida e suas pretensões frustradas, auxiliar que, dirigindo o time contra o Atlético/PR na Arena da Baixada, expusera (de forma bizarra) boa parte desse grupo (ainda que merecesse) a constrangimento público após a partida? Ou o trabalho do treinador simplesmente não foi bom e fracassou, não conseguindo persuadir e convencer ou alcançar os atletas? O certo é que, mesmo com todos os erros de arbitragens cometidos em seu desfavor, o Flamengo ontem foi altivo, jogou de cabeça erguida, não se abalou com o gol sofrido, teve uma postura completamente diferente da que temos visto desde o início de 2014 até o momento.

Quem me dá a honra de ler os meus textos sabe que gosto de recorrer ao passado e identificar situações semelhantes, de modo a encontrar a solução ideal para os problemas presentes. Muito embora estejamos falando de uma singela partida, a atuação de ontem me lembra a leveza de espírito do time sob os comandos de Andrade, em 2009, e do próprio Jayme de Almeida, em 2013. Vibrações positivas, sem a menor sombra de dúvida.

Em que pese estar muito satisfeito em ver de volta um Flamengo autêntico dentro de campo, gostaria da mesma forma de finalmente ver o clube devidamente estruturado e bem gerido profissionalmente em seu Departamento de Futebol, sem que os bons momentos aconteçam sem decorrer de estudado planejamento, ainda que se possa afirmar que, esse ano, evoluiu-se em vários aspectos no setor, o que sem dúvida beneficiará Zé Ricardo ou eventual sucessor de Muricy Ramalho.

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Não vi evolução tática no time em campo, mas, dentro desse contexto, o trabalho do Muricy Ramalho, com suas qualidades positivas e negativas - léguas de distância dos melhores times sul-americanos no quesito, que dirá europeus; dentro da medíocre média brasileira. Todavia, enxerguei Zé Ricardo no comando técnico do Flamengo e a impressão foi extremamente positiva. Como? Em primeiro lugar, utilizou a hoje boa estrutura do clube para estudar os dados disponíveis e identificar a melhor forma de escalar a equipe; segundo, nas substituições, feitas, ao meu ver, de forma absolutamente técnica e racional; terceiro, na administração e escolha das peças a serem substituídas e a permanecerem dentro de campo no momento do sufoco, após o time perder um jogador na injusta e absurda expulsão de Fernandinho por parte do árbitro Anderson Daronco.

Saberemos nas próximas partidas quais são as ideias de Zé Ricardo, em nível de titularidade, em relação a importantes peças do elenco, tais como Paulo Victor, Mancuello, Cuéllar, Willian Arão, Ederson, Emerson Sheik, Marcelo Cirino e Alan Patrick, assim como se tentará impor suas convicções pessoais ao elenco ou encontrará a melhor solução de acordo com as peças que dispõe.

Por enquanto, a maior parte da torcida curte a esplêndida atuação de Muralha e nutre a esperança de que conquiste a posição, assim como se deleita com o golaço do menino Jorge e com a perspectiva de termos um Brasileiro competitivo para o Mais Querido do Brasil.

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Ajudem Zé Ricardo e, como de praxe, mandem suas escalações para o confronto contra o Vitória, na quinta feira, no Estádio da Cidadania, em Volta Redonda.

Bom dia e SRN a tod@s.